Michael Shellenberger, conhecido pelo Twitter Files, relatou hoje que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contou com apoio do FBI e de autoridades brasileiras para monitorar conteúdos nas redes sociais durante as eleições. Ele compartilhou essas informações em uma entrevista ao portal Poder360.
Shellenberger revelou que o FBI aconselhou o governo brasileiro e identificou um grupo de policiais dentro do TSE envolvidos na censura, juntamente com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele expressou preocupação com o envolvimento policial nesse tipo de atividade, afirmando que isso deveria ser chocante.
“Meu colega David descobriu que o FBI deu conselhos ao governo brasileiro, também descobriu que dentro do TSE existe um grupo de policiais envolvidos na censura, e que a Abin também está envolvida. Eu acho que é uma coisa que deve chocar, os policiais não devem se envolver na censura” assinalou.
O jornalista criticou a abordagem agressiva do TSE, que solicitou informações privadas de usuários das plataformas, como números de telefone e mensagens privadas de pessoas que usaram hashtags relacionadas às eleições. Ele mencionou que o governo foi particularmente exigente com o Twitter, mas outras grandes empresas de tecnologia, como Google, Facebook, Amazon e até Uber, compartilharam dados sem o conhecimento dos usuários.
Além disso, Shellenberger relatou que o ministro Alexandre de Moraes ordenou a remoção de conteúdo sem permitir que a plataforma revelasse que a decisão era dele. Isso levantou preocupações sobre a transparência e a responsabilidade nas ações de censura por parte do governo.