A instabilidade política do governo afetou mais uma vez o mercado financeiro. Depois de começar o dia com esperança, o dólar e a bolsa mudaram de rumo após uma coletiva de imprensa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre os desafios para alcançar a meta de déficit primário zero em 2024.
O ministro, claramente nervoso, tentou minimizar o impacto negativo da fala de Lula na sexta-feira passada (27). Haddad atacou jornalistas, responsabilizou o Judiciário, defendeu a declaração polêmica de Lula, foi evasivo ao ser perguntado se manteria a meta fiscal, e terminou a coletiva de forma abrupta, sem responder às perguntas.
O dólar comercial fechou o dia em alta de R$ 0,034, cotado a R$ 5,047. A moeda começou o dia em queda, chegando a R$ 4,98 por volta das 10h30. Porém, após a coletiva de Haddad, subiu até fechar perto do maior valor do dia.
Com o resultado desta segunda-feira (30), o dólar, que vinha caindo em outubro, voltou a subir no mês, com variação positiva de 0,4%. Em 2023, a moeda acumula queda de 4,42%.
No mercado acionário, o índice Ibovespa foi afetado pelo episódio envolvendo o ministro. Depois de abrir o dia em alta, o indicador encerrou aos 112.532 pontos, com queda de 0,68%, no menor patamar desde 1º de junho.
Em relação ao câmbio, enquanto as principais moedas de países emergentes se valorizaram frente ao dólar, o real se desvalorizou após a coletiva de Haddad, que confirmou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira anterior (27), de que o governo dificilmente atingirá a meta de déficit zero no ano que vem.