Durante uma audiência no Senado Federal nesta terça-feira (19), o Diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal (DPA-PF), Rodrigo de Melo Teixeira, reconheceu que a corporação realizou monitoramento das redes sociais do jornalista português Sérgio Tavares.
Para os parlamentares, Teixeira destacou que Tavares fez manifestações que, em sua opinião, beiram o aspecto criminal. O diretor da PF considera como atos criminosos os supostos “ataques que ele fez à Suprema Corte”. Segundo Teixeira, o jornalista foi questionado sobre ataques à honra de ministros da Suprema Corte, que ele teria realizado em suas redes sociais.
O diretor ressaltou que essa questão não se limita apenas aos ministros da Suprema Corte, mas também se aplica a qualquer cidadão, incluindo senadores e até mesmo a ele próprio, como delegado e diretor da polícia.
Diretor da PF nega investigação política de jornalista português, mas admite monitoramento de postagens.
Em audiência no Senado, Rodrigo de Melo Teixeira, Diretor de Polícia Administrativa, disse que Sérgio Tavares fez ataques à honra de ministros do STF, criticou a urna… pic.twitter.com/MS0FsXzcYN
— Metrópoles (@Metropoles) March 19, 2024
Além disso, Tavares afirmou que as urnas eletrônicas são fraudulentas. No entanto, Teixeira enfatizou que, com base em provas, não há ilegalidade nesse procedimento e criticou a posição do jornalista.
O diretor da PF também mencionou que Tavares apoiou os atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. A corporação teve conhecimento dessas manifestações por meio das redes sociais do jornalista.
Vale ressaltar que o jornalista português ficou detido por quatro horas no Aeroporto Internacional de Guarulhos em 25 de fevereiro. Isso ocorreu quando ele estava ingressando no Brasil para participar de um ato pela democracia na Avenida Paulista.
Após o incidente, o partido português Alternativa Democrática Nacional (ADN) divulgou uma nota exigindo que o governo lusitano se posicionasse sobre a detenção do jornalista. A sigla, presidida por Bruno Fialho, classificou o episódio como uma “perseguição fascista de uma extrema esquerda”. Nas redes sociais, o ADN também afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser responsabilizado.
Lula da Silva tem de ser responsabilizado por este ataque político a um cidadão português! pic.twitter.com/MnKvqz5HID
— ADN Portugal (@ADN_Portugal) February 25, 2024
