Nesta quarta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou seu apoio à acusação feita pela África do Sul contra Israel por genocídio em Gaza, diante do Tribunal Internacional de Justiça, em Haia.
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A acusação, que começou a ser analisada a partir de ontem quinta-feira (11), foi alvo de críticas da Confederação Israelita do Brasil (Conib). A organização considerou a ação como “cínica e perversa”, alegando que ela visa impedir Israel de se proteger.
Além disso, a Conib manifestou preocupação com a divergência da tradicional política externa brasileira de equilíbrio e moderação. Por outro lado, o Itamaraty defendeu o apoio brasileiro, mencionando “claras violações ao direito internacional humanitário” por parte de Israel.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a guerra em Gaza causou mais de 23 mil mortes, sendo 70% delas de mulheres e crianças, e mais de 7 mil desaparecidos. O governo brasileiro ressaltou a necessidade de condenar qualquer genocídio contra seres humanos.
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A posição de Lula já havia gerado atrito diplomático anteriormente, especialmente após suas afirmações comparando as ações do Hamas com as incursões e bombardeios israelenses. A relação entre o governo brasileiro e a comunidade judaica ficou abalada, com entidades como a Conib, o Instituto Brasil Israel e a ONG StandWithUs Brasil reprovando as posições do presidente sobre o conflito.
A ação proposta pela África do Sul enfatiza o alto número de vítimas civis em Gaza, especialmente crianças, e o deslocamento forçado de palestinos. Israel, por sua vez, rejeita fortemente as acusações, com declarações de seu presidente, Isaac Herzog, negando a afirmação de genocídio como “atrocidade e absurdo”.
O Tribunal Internacional de Justiça, estabelecido em 1945 como órgão judicial das Nações Unidas, decidirá inicialmente sobre uma ordem emergencial para parar os ataques israelenses. A expectativa é que um veredicto temporário seja divulgado em breve, embora o julgamento do mérito da acusação possa demorar de cinco a dez anos.
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