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‘Cena de guerra’, descreve sobrevivente que perdeu casa para as enchentes no RS

Pessoas chorando, resgate de civis em barcos e jet skis, assaltos em residências que viraram abrigo, casas em que só é possível avistar o telhado. O empresário Itajan de Oliveira, 33 anos, classifica a situação das enchentes no Rio Grande do Sul como “cena de guerra”.

“Minha casa está debaixo d’água, somente o telhado aparece”, contou Itajan a Oeste. “Fomos avisados das chuvas. Na sexta-feira 3, a Prefeitura de São Leopoldo pediu que saíssemos do bairro São Miguel, próximo ao centro, pois havia o risco da água transpor o dique. A estrutura é de 1941, ano da última enchente que ocorreu por aqui, mas essa superou.”

Itajan é um dos voluntários civis que participam do resgate com barco, jet ski e outros meios as pessoas que ficaram ilhadas ou que não têm condições para se locomover sozinhas, como crianças, gestantes, doentes e idosos.

“Perdi minha casa em São Leopoldo, entrou água na minha loja no centro da cidade”, relatou o empresário. “Estamos esperando baixar o nível da água para correr atrás do que perdemos. A situação vai agravar com as doenças.”

As chuvas intensas na última semana fizeram transbordar rios e alagaram diversas cidades gaúchas.

Voluntários resgatam pessoas na enchentes do RS

O empresário é de São Leopoldo, um município entre Novo Hamburgo e Canoas, outras cidades cujos bairros estão submersos.

Apesar da tragédia, Itajan disse que muitos voluntários atuam no resgate de pessoas e animais, no transporte de alimentos e recursos, além das doações financeiras por iniciativa de influenciadores e empresários brasileiros.

O centro da cidade está submerso e há pessoas ilhadas, sem transporte. Os voluntários levam mantimentos e todos os recursos possíveis.

Além da população local, empresários como Luciano Hang, dono da Havan, arrecadaram valores consideráveis para ajudar a população gaúcha. “Hang mandou muitos helicópteros”, conta Itajan. “O humorista Badim [Eduardo Gustavo Christ] e o influenciador Pretinho Básico fizeram uma ‘vaquinha’ que bateu R$ 35 milhões. O povo está colocando a mão na massa.”

Burocracia estatal

Para Itajan, a ajuda da população fez a diferença para o RS, desde que as cidades foram afetadas pelas últimas enchentes. Há 83 anos, entre abril e maio de 1941, o Estado passou por situação parecida. Contudo, o empresário afirma que as atuais enchentes superaram as de 1941.

“Todo o Rio Grande do Sul, incluindo prefeitos e o governador, sabia que deveria haver planejamento antes, desde a enchente de setembro de 2023”, queixou-se Itajan. “Os técnicos e a meteorologia já avisaram. O que custaria mandar para cá tudo isso antes? Já deveriam ter deslocado aeronaves e embarcações.”

O gaúcho também relata que, somadas às dificuldades do desastre natural, há, também, problemas com a burocracia e com assaltos. Desde quinta-feira 2, os moradores da cidade de Arroio do Meio, no Vale do Taquari (RS), enfrentam a criminalidade em meio à devastação provocada pelas enchentes.

Saiba mais: “Número de mortes pelas chuvas no Rio Grande do Sul sobe para 85”

Além de saques em comércios, incluindo mercados e farmácias, uma pessoa morreu depois de ser atingida por um espeto de churrasco. “Teve barco roubado, tem gente fingindo que é voluntário e, na verdade, é assaltante”, relata Itajan. “Eles entram nos prédios e roubam as casas.”

Itajan reconhece a ajuda do Estado, principalmente, da brigada militar, do Corpo de Bombeiros e do Exército. No entanto, ele afirma que o aparato estatal possui “regras, normas e procedimentos” que interferiram nas ações dos civis.

“Aconteceu de o Estado cobrar habilitação para as pessoas que estavam com os jet skis que tentaram ajudar”, observa o empresário. “Mas recebemos ajuda de influenciadores, de empresários. O Nego Di atuou muito em Canoas, em Porto Alegre.”

*Revista Oeste

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