O jornal Folha de S.Paulo criticou duramente as declarações de Lula que afetam negativamente o mercado financeiro e prejudicam o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tenta equilibrar as contas públicas sem muita experiência.
Na sexta-feira (27), o presidente desistiu da meta fiscal, “jogou a toalha” e fez um discurso para tentar enganar os incautos. Mas, não funcionou. Logo depois, os ativos nacionais despencaram, os juros futuros dispararam mais de 20 pontos e o dólar ultrapassou R$ 5, causando grande insatisfação dentro e fora do governo.
“Haddad talvez não imaginasse que o próprio presidente da República disparasse um torpedo contra o projeto já não muito rigoroso de estabilização das contas públicas” diz o editorial da Folha.
O texto nota que “Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parecia mais moderado e reduzira o tom e a quantidade de declarações que, desde a eleição, elevaram as taxas de juros”. Mas “nesta sexta (27), porém, resolveu atrapalhar seu governo e o país”.
“Para piorar o estrago e demonstrar seu desconhecimento do problema [fiscal], disse ainda que “o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que eles sabem que não vai ser cumprida”.
“O presidente parece agir como um prefeito desinformado ou um deputado provinciano, para quem governar é inaugurar obras, sem se preocupar com consequências. Além disso, ainda não parece ter aprendido o efeito nocivo desse tipo de declaração: governo e país pagarão juros mais altos; a confiança econômica diminuirá” alerta o jornal.
O artigo, em seu último parágrafo, não poderia ser mais claro no que quis divulgar:
“Lula não está sugerindo um programa econômico polêmico, está sabotando o próprio governo. Além de prejudicial, é inexplicável”.