Durante uma transmissão na GloboNews na terça-feira (23), o jornalista Merval Pereira expressou sua indignação em relação ao fato de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estar encarregado do caso envolvendo a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), onde o próprio magistrado é alegadamente a vítima.
No programa Estúdio i, Merval questionou a escolha do Supremo, argumentando que Moraes é parte prejudicada neste caso. Ele também criticou a interpretação da Polícia Federal (PF) de que um ataque a um ministro individual seja considerado um ataque à instituição da Suprema Corte.
“O Supremo tem que tomar cuidado com isso. O Moraes é a vítima desse caso. Como é que ele vai ser o relator?” questionou no programa Estúdio i.
Em uma coluna recente no jornal O Globo, intitulada “Medidas Ditatoriais Não Cabem Numa Democracia”, Merval reiterou suas preocupações. Ele enfatizou a importância de distinguir entre críticas legítimas à instituição e ataques criminosos, como calúnia e difamação, e comentários de oposição política ou discordância com decisões do tribunal.
“Esse é um dos problemas, porque há muito tempo o Supremo (Tribunal Federal) está confundindo ataques pessoais com ataques à instituição. O caso de Roma é exemplar disso. O ministro diz que foi atacado por uma pessoa, e vira um caso de segurança nacional. Não tem nenhum sentido isso” acrescentou Merval.
A Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra Zambelli e Walter Delgatti, conhecido pelo caso da Vaza Jato, acusando-os de invadir sistemas do Judiciário e cometer falsidade ideológica, com o objetivo de emitir mandados de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, além de alvarás de soltura.
A decisão sobre a aceitação da denúncia caberá ao próprio Moraes, uma vez que ele é o relator do inquérito relacionado ao caso.