O parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi contrário à aplicação de medidas rigorosas, como detenção, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por sua estadia na Embaixada da Hungria em Brasília. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atuou como relator do caso, que investigava uma suposta tentativa de fuga do político do Brasil. Isso ocorreu porque, quatro dias antes de passar duas noites na representação diplomática, Bolsonaro teve seu passaporte retido pela Polícia Federal, por ordem do magistrado.
Além disso, dois aliados políticos do ex-presidente foram presos em uma operação autorizada por Moraes. Segundo a análise de Gonet sobre o assunto, não existem razões para uma punição mais severa contra Bolsonaro.
Gonet afirmou: “O ex-presidente deixou a embaixada por vontade própria e continuou a cumprir compromissos públicos nos dias seguintes”. Ele acrescentou que, mesmo após ter seu pedido de restituição do passaporte para viajar a Israel negado, não houve nenhuma reação que indicasse um temor justificado de uma tentativa de fuga do país.
Em comunicado da defesa de Bolsonaro, foi explicado que ele permaneceu na Embaixada da Hungria “para manter contatos com autoridades do país amigo”. Os advogados também destacaram que “nos dias em que esteve hospedado na embaixada, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país, atualizando os cenários políticos de ambas as nações”.