Uma igreja foi condenada a indenizar por danos morais uma pessoa que teve seu adultério “revelado” durante um culto transmitido no YouTube. A decisão foi do juiz Álvaro Amorim Dourado Lavinky, da 3ª Vara de Salto, no interior paulista.
Segundo o juiz, a pessoa não autorizou a divulgação de seu adultério, que foi visto por mais de 300 mil pessoas na internet. O fato ocorreu em outubro de 2020, quando a pessoa participava de um culto em uma igreja em Salto e recebeu uma “revelação” de que estava sendo infiel. A pessoa entrou na Justiça alegando que foi humilhada pelo vídeo.
O juiz considerou que a “igreja violou a lei, com abuso de direito, ao mostrar, fora do local de culto, no YouTube, sem permissão expressa, a imagem e o fato íntimo e vergonhoso da pessoa”. Assim, o juiz determinou que a igreja pagasse R$ 10 mil de indenização e retirasse o vídeo do ar.
A igreja se defendeu dizendo que a pessoa sabia que o culto era transmitido pela internet, mas o juiz não aceitou esse argumento e disse que isso não significa que a pessoa concordou em ser filmada ou em ter seu adultério divulgado.