Cleriston Pereira da Cunha, acusado de participar dos protestos na Praça dos Três Poderes, morreu no cárcere em Brasília, onde estava desde janeiro. Seu defensor tentou libertá-lo, alegando que ele tinha sequelas graves da covid-19 e que permanecer preso seria o mesmo que condená-lo à morte. O pedido de habeas corpus foi negado pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não levou em conta as informações sobre a saúde do detento. A reportagem é do Estadão.
Cunha sofria de problemas nos músculos e nos vasos sanguíneos por causa da covid-19, conforme explicou seu advogado, Bruno Azevedo de Souza, ao STF. Ele disse que o preso precisava de medicamentos e exames que não eram fornecidos pelo sistema penitenciário.
“Ele já sofreu graves danos e grandes sequelas em razão da covid-19. Depende da utilização de bastantes medicamentos, que sequer são oferecidos pelo sistema penitenciário. É de extrema importância informar que a médica responsável pelo acompanhamento solicitou exames necessários para assegurar a saúde do agravante, todavia ele não pode comparecer aos exames devido a prisão preventiva. Essas condições podem acarretar em complicações fatais para o paciente. Nesse sentido, é notório que a segregação prisional pode acarretar uma sentença de morte” afirmou Souza ao STF, mas não foi atendido.
Cunha foi preso em janeiro e recebeu 36 atendimentos médicos na Papuda. Ele morreu na segunda-feira (20), depois de passar mal no banho de sol. Bombeiros tentaram socorrê-lo, mas ele não resistiu e faleceu.
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