O Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado pelo socialista Flávio Dino, admitiu que analisou as solicitações feitas pelo Instituto Liberdade do Amazonas, uma organização não governamental (ONG) presidida por Luciane Barbosa Farias, esposa de um dos chefes da facção criminosa Comando Vermelho no estado. Luciane, que é conhecida como “Dama do Tráfico”, defende os “direitos humanos” dos presos e teve acesso a membros do governo Lula em diversas ocasiões.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo (Estadão), o ministério confirmou que “seguiu trâmites habituais” ao receber os pedidos da ONG, que atua em favor de presidiários. A fundadora e presidente da entidade é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, que está preso em Tefé (AM) e é um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas.
Entre as demandas da ONG, estavam a inspeção dos presídios de Manaus e a denúncia de suposto risco de contaminação radioativa nas unidades prisionais. O ministério informou que consultou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) sobre a denúncia, mas que o órgão descartou o risco e, com base nisso, o pleito foi indeferido. Já a inspeção nos presídios foi rejeitada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), que alegou que não cabe à secretaria “liberar acesso a presídios estaduais”.
O ministério negou que os pleitos da ONG tenham sido entregues ou enviados ao secretário Rafael Velasco, titular da Senappen. Segundo a pasta, os pedidos foram enviados à Ouvidoria da Senappen via e-mail e seguiram os trâmites habituais.
A ONG da “Dama do Tráfico” não é a única ligação entre Luciane e o governo Lula. Em maio, ela visitou o Conselho Nacional de Justiça e conversou com os deputados André Janones (Avante-MG) e Guilherme Boulos (Psol-SP). No mesmo mês, ela passou pela sede do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, de Silvio Almeida. Além disso, ela foi recebida duas vezes por membros do Ministério da Justiça.
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