Envolvido em denúncias de corrupção, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deixou o governo nesta terça-feira. A decisão foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolar uma denúncia formal contra ele, envolvendo suspeitas de desvio de verbas públicas, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
A carta de demissão será entregue pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim que o chefe do Executivo desembarcar em Honduras, por volta das 22h (horário de Brasília).
Denúncia acelerou saída
O agora ex-ministro é deputado federal licenciado pelo União Brasil no Maranhão e vinha sendo alvo de investigações da Polícia Federal desde o ano passado. As apurações revelaram possíveis irregularidades no repasse de emendas parlamentares destinadas à cidade de Vitorino Freire (MA) — administrada, à época, por sua irmã Luanna Resende.
Com a denúncia da PGR oficializada, aliados de Lula já esperavam que Juscelino optasse por deixar o cargo voluntariamente, evitando assim um desgaste maior ao governo. Internamente, havia a expectativa de que o próprio presidente tomasse a iniciativa de afastá-lo, conforme já havia sinalizado em 2024.
Estratégia política
A saída de Juscelino é vista como uma tentativa de blindar o Palácio do Planalto de mais um escândalo em meio a outros ruídos na base aliada. A retomada de seu mandato como deputado federal também lhe permitirá atuar na linha de defesa parlamentar e jurídica.
A denúncia da PGR aponta que Juscelino teria se beneficiado de contratos públicos superfaturados e direcionados, utilizando emendas de sua autoria enquanto atuava como parlamentar.
Repercussão
A decisão repercutiu imediatamente nos bastidores de Brasília. Membros da oposição apontaram o episódio como mais um sinal de fragilidade ética no governo petista. Já setores aliados evitaram comentar oficialmente, mas consideraram acertada a saída para preservar a governabilidade.