A abertura do Carnaval de Palmas, realizada nesta sexta-feira (28) na Praça dos Girassóis, ganhou repercussão ao contar com a cantora gospel Aline Barros como atração principal da noite. A inclusão de um show cristão em um evento tradicionalmente voltado para folia e entretenimento gerou um intenso debate entre públicos de diferentes crenças.
Repercussão nas redes sociais
O tema rapidamente dominou as redes sociais, dividindo opiniões. Parte do público celebrou a iniciativa como uma oportunidade de diversidade dentro da programação carnavalesca, enquanto outros questionaram a coerência da escolha.
“Carnaval sempre foi uma festa popular, não um culto. Essa mistura não faz sentido”, comentou um usuário. Já outro internauta defendeu a presença da artista: “Todos têm direito a um espaço na programação, inclusive quem prefere louvar”.
Repúdio da Bispa Meire Magalhães
A controvérsia ganhou ainda mais força após a publicação de um vídeo da Bispa Meire Magalhães, da Igreja Apostólica Resgate Vidas, que repudiou a participação de Aline Barros na programação carnavalesca. Em sua declaração, a líder religiosa criticou duramente a decisão da cantora gospel de se apresentar no evento:
“Lamentável ver uma adoradora em um programa de Carnaval. Quem é cristão não participa. É o dinheiro que fala mais alto, né? Você vai queimar no inferno, com dinheiro e tudo”, disse a bispa em um trecho do vídeo.
Ela também citou declarações do comentarista Milton Cunha sobre a relação do Carnaval com manifestações religiosas de matrizes africanas, reforçando sua oposição à presença de artistas cristãos em eventos dessa natureza.
Aline Barros e a mensagem de fé
Sem comentar diretamente sobre a polêmica, Aline Barros levou ao palco sucessos como Ressuscita-me e Sonda-me, Usa-me, reforçando em sua apresentação a importância de espalhar mensagens de esperança e espiritualidade para todos os públicos. O show reuniu milhares de pessoas, incluindo fiéis que enxergaram na iniciativa uma nova forma de celebrar o feriado.
Posicionamento da Prefeitura
Diante da discussão, a Prefeitura de Palmas esclareceu que a programação do Carnaval foi pensada para atender diversos perfis de foliões, reforçando a ideia de um evento inclusivo.
A controvérsia reacende o debate sobre a relação entre manifestações religiosas e festas populares, levantando a questão: até que ponto essas duas realidades podem coexistir dentro do mesmo espaço cultural?