A ex-deputada María Corina Machado, que obteve 92% dos votos nas eleições primárias do antichavismo, foi declarada nesta quinta-feira (26) como a candidata da maioria opositora para as eleições presidenciais de 2024, nas quais tentará acabar com o regime chavista que domina o país há 24 anos.
A candidata foi oficialmente proclamada pela Comissão Nacional de Primárias (CNP), que organizou o processo eleitoral, em um ato que também homenageou os integrantes deste órgão, os partidos políticos da oposição, as entidades civis que colaboraram para as eleições e os demais candidatos que participaram.
“Proclamamos hoje a nossa candidata unificada à Presidência da República, María Corina Machado, e a felicitamos. Ela inicia um caminho que requer a inclusão, a conservação e a expansão do amplo movimento político e social que se formou em torno das primárias” afirmou o presidente da CNP, Jesús María Casal, antes de entregar as credenciais a Machado.
Machado, por sua vez, agradeceu aos eleitores que votaram nas primárias, à CNP e aos outros candidatos na disputa, aos quais disse que, a partir de agora, a política estará “de braços abertos”.
“Lutamos uma batalha nobre, que foi um exemplo da Venezuela que vamos construir. Ideias apaixonadamente contrastantes, mas com respeito” disse Machado.
Ela se referiu à campanha eleitoral, que começou com 13 candidatos e terminou com dez, depois de três deles terem renunciado duas semanas antes das primárias. María Corina assegurou que “pessoas muito competentes” que compreenderam que “os melhores são necessários, independentemente de sua militância ou formação”, se uniram à luta pela mudança na Venezuela.
Finalmente, María Corina convocou todos os setores do país para formarem “uma grande aliança nacional para construir uma governabilidade democrática” e para trabalharem no rumo das eleições presidenciais previstas para o segundo semestre de 2024.
A proclamação de Machado aconteceu em meio a ataques dos poderes do Estado, todos controlados pelo chavismo, que acusam que houve “fraude” no processo; razão pela qual a Procuradoria-Geral da República iniciou uma investigação criminal sobre as primárias e sua organização.