O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou nesta terça-feira (11) um pedido formal ao Ministério da Justiça solicitando a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente fora do Brasil. O destino da parlamentar é a Itália, país para o qual viajou recentemente, após ter o nome incluído na lista vermelha da Interpol.
A inclusão de Zambelli na difusão vermelha da Interpol, uma espécie de alerta internacional para captura, foi feita na última semana por solicitação da Polícia Federal. A medida foi autorizada com base em protocolos internacionais, depois de avaliação das autoridades responsáveis.
O STF já havia determinado a prisão da deputada, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão envolve uma pena de 10 anos de reclusão, além do pagamento de 200 dias-multa. As acusações giram em torno da articulação de invasões a sistemas do Judiciário e da elaboração de um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Alexandre de Moraes.
As investigações apontam que Zambelli teria atuado de maneira premeditada, oferecendo ao hacker Walter Delgatti uma vaga em seu gabinete parlamentar em troca dos crimes cibernéticos. Delgatti foi o responsável pela execução técnica das invasões e da criação do falso documento judicial.
No pedido enviado às autoridades italianas, Moraes garantiu que a deputada não será submetida a nenhum tipo de punição cruel ou tratamento degradante, conforme exigem os tratados internacionais que regem processos de extradição.
A movimentação internacional reforça a gravidade das acusações e amplia a repercussão do caso, que envolve crime cibernético, falsificação de documentos oficiais e atentado contra o sistema judiciário.