Em 2021, um grupo de artistas renomados se uniu em um protesto cinematográfico contra os focos de incêndio na Amazônia. O clipe emocionado, repleto de indignados rostos conhecidos, ganhou manchetes e inflamou as redes sociais. Mas, agora em 2024, quando o número de focos de incêndio cresceu exponencialmente sob o governo Lula, o que temos? Um silêncio ensurdecedor.
Onde estão Caetano, Gil, Maria Bethânia, Nando Reis e tantos outros? A lista de desaparecidos não se refere a um sequestro literal, mas a uma espécie de sequestro intelectual, onde a voz outrora potente some quando a realidade não se encaixa na narrativa política desejada.
O Greenpeace, entidade respeitada no debate ambiental, aponta que o desmatamento criminoso cresceu 1.000% e que os incêndios não são naturais, sendo frutos da ação humana. Diante desse dado, não seria esperado que os mesmos que se levantaram contra Bolsonaro agora fizessem o mesmo com Lula? Ou os incêndios têm coloração política?
A indignação seletiva é uma doença que corrói a credibilidade. Quando se protesta apenas quando o adversário está no poder, mas se faz de cego quando o aliado assume, a defesa da causa perde seu valor e se revela como simples militância disfarçada.
O problema ambiental do Brasil é real, independente de quem esteja no Planalto. Os que usaram sua influência para gritar contra Bolsonaro têm a obrigação moral de gritar agora, pois a Amazônia não pertence a um governo, mas ao povo brasileiro.
Fica a pergunta: onde estão os artistas preocupados com Brasil? Eles são vítimas de sequestro intelectual.