Em meio ao debate sobre medidas de ajuste fiscal, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, posicionou-se de forma categórica: se houver cortes em benefícios previdenciários, ele deixará o governo. A afirmação foi feita em entrevista ao jornal O Globo nesta quinta-feira (7), numa fase crítica de discussão sobre cortes de gastos para reequilibrar as contas públicas.
Segundo Lupi, comprometer os direitos adquiridos dos aposentados e beneficiários seria inaceitável, e ele não hesitaria em sair caso houvesse qualquer tentativa de reduzir o valor dos benefícios ou descontinuar o aumento real do salário mínimo. “Se tirarem direitos adquiridos, não terei como ficar no governo”, enfatizou o ministro.
Investimento em tecnologia como alternativa aos cortes
O ministro destacou que as despesas obrigatórias da Previdência não devem ser reduzidas e apontou o investimento em tecnologia como solução para combater irregularidades e evitar desperdícios de recursos. Ele mencionou que uma das grandes preocupações do sistema previdenciário são as concessões de auxílio-doença, que representam a maior parte dos pedidos.
“A maioria das nossas demandas é de auxílio-doença. Precisamos melhorar o uso da biometria e investir em tecnologia de ponta para verificar a continuidade dos direitos e combater fraudes”, afirmou Lupi. Ele defendeu a necessidade de revisar os benefícios em casos onde os beneficiários já tenham se recuperado de problemas de saúde, mas continuem recebendo auxílio, o que onera as contas públicas.