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Mauro Cid presta depoimento ao STF e desqualifica áudio sobre coação da Polícia Federal

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Nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado no Brasil. Cid é o primeiro dos réus a ser interrogado diretamente pela Corte após firmar um acordo de colaboração premiada com as autoridades.

Durante o interrogatório, o militar comentou sobre um áudio divulgado pela revista Veja, no qual ele supostamente relatava ter sido pressionado pela Polícia Federal (PF) a adotar uma narrativa favorável à tese de ruptura institucional. Segundo Cid, o conteúdo da gravação foi mal interpretado e ocorreu em um contexto de profunda fragilidade emocional.

“A gravação foi feita sem o meu conhecimento e ocorreu em um momento de forte instabilidade emocional. Estávamos passando por um período de estresse extremo, e acabei fazendo um desabafo. Não tinha o intuito de acusar ninguém”, explicou o tenente-coronel.

Cid também disse desconhecer como os áudios chegaram até a imprensa e reforçou que não houve qualquer tipo de coação por parte da PF durante seus depoimentos. Questionado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre a suposta pressão, o militar negou enfaticamente.

“A Polícia Federal seguia uma linha de investigação, e eu tinha uma percepção diferente dos fatos. Em nenhum momento fui coagido ou forçado a declarar algo que não sabia”, afirmou.

Os áudios, agora públicos, mostram Cid dizendo que os investigadores esperavam dele afirmações sobre fatos que ele não conhecia. Ainda em março de 2024, pouco depois de ser ouvido pela PF, ele compartilhou com um amigo a frustração diante do que considerava uma tentativa de moldar seu depoimento.

“Queriam que eu dissesse coisas que nunca aconteceram. Quando eu mantinha minha versão, diziam que era mentira, que não podia ter sido daquele jeito”, relatou na ocasião.

A fala de Mauro Cid, agora formalmente apresentada ao STF, será analisada junto às demais provas colhidas no processo. O caso segue sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que conduz as investigações envolvendo autoridades e militares acusados de envolvimento em articulações antidemocráticas.

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