Após o cancelamento da Portaria 2.219/2024 pela Receita Federal, a discussão em torno das transações financeiras via Pix ganhou força no cenário político e midiático brasileiro. A medida, que ampliaria a fiscalização sobre movimentações financeiras superiores a R$ 5 mil em contas pessoais e R$ 15 mil em contas empresariais, foi alvo de grande repercussão e críticas.
A revogação e o papel da imprensa Assim que a Receita anunciou o cancelamento, diversos veículos de comunicação tradicionais atribuíram o recuo a uma suposta “onda de desinformação” propagada nas redes sociais. O Jornal Nacional, por exemplo, publicou um vídeo nas redes sociais onde a âncora Renata Vasconcellos destacou a influência de informações falsas na decisão governamental.
Após onda de desinformação, o governo anunciou que vai revogar ampliação da fiscalização da Receita sobre movimentações financeiras, incluindo o PIX. Bancos voltam a ter que reportar movimentações a partir de R$ 2 mil por mês para pessoas físicas.
Dias antes da revogação, o Ministério da Fazenda, por meio de um vídeo do ministro Fernando Haddad, refutou boatos circulantes, tentando minimizar o impacto das críticas à proposta.
🚨 Atenção!🚨
Nos últimos dias, temos visto circular muitas mentiras sobre impostos que não existem!❌💰
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um alerta importante: não há criação de imposto sobre o uso do Pix, sobre a compra de dólares ou sobre animais de estimação!💵💳 pic.twitter.com/JmkMnsJGHN
Impacto político e popular A reação nas redes sociais foi liderada por figuras públicas, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), cujo vídeo criticando a medida alcançou mais de 240 milhões de visualizações em um dia. Apesar de deixar claro que não haveria taxação direta do Pix, o parlamentar utilizou o alcance massivo para mobilizar a população contra o aumento do monitoramento financeiro.
A repercussão incluiu até mesmo um fato curioso: o jornal O Globo publicou uma matéria afirmando de forma mentirosa, dizendo que Ferreira acusou o governo de taxar o Pix. No entanto, o sistema de notas da comunidade do Twitter/X destacou a inconsistência da alegação, corrigindo a informação.
Reações de parlamentares Outros parlamentares também se manifestaram sobre o tema. Marcel van Hattem (Novo-RS), em suas redes sociais, questionou a narrativa das “fake news” defendida por alguns veículos, sugerindo que a verdadeira razão do recuo foi a indignação popular. Ele chegou a editar uma manchete do portal g1, substituindo o termo “fake news” por “revolta da população”.
Dizem que voltaram atrás na arrecadação extra via monitoramento do PIX. Aposto que é só espuma, logo implementam algo parecido de outra forma – se é que não vão taxar o PIX! Vamos seguir em cima!
A verdade é uma só: Fora, PT! Precisamos voltar às ruas pelo impeachment do Lula! pic.twitter.com/wG73y9nqIG
Já o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), em entrevista ao Jornal da Oeste, atribuiu a mudança de postura da Receita Federal à insatisfação generalizada com o governo. Ele argumentou que a busca incessante por maior arrecadação gerou desgaste político significativo para a administração atual.
O episódio envolvendo a Portaria 2.219/2024 evidenciou um forte embate entre a população, representantes políticos e o governo. Mais do que fake news ou desinformação, o caso reflete o peso da opinião pública na construção de decisões governamentais, especialmente em temas que afetam diretamente a vida financeira dos brasileiros.