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Lula enfrenta nova crise: reajuste nos combustíveis entra em debate com Petrobras e investidores

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Presidente da estatal deve ser interpelada sobre o assunto por representantes de investidores privados | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Após enfrentar dificuldades com a inflação dos alimentos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agora se depara com a complexa questão dos preços dos combustíveis. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, participou de uma reunião com Lula na última segunda-feira (27) e tem um encontro marcado com investidores privados nesta quarta-feira (29) para discutir o desequilíbrio nos preços da gasolina e do diesel.

Disparidade nos Preços Internos e Externos

De acordo com dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), os preços atuais dos combustíveis no Brasil estão abaixo dos praticados no mercado internacional. A gasolina é vendida, em média, 7,5% mais barata, enquanto o diesel apresenta uma diferença de 15%. Esses números indicam a necessidade de ajustes para alinhar os preços aos custos internacionais, especialmente após os preços praticados no final do ano passado.

As estimativas da Petrobras sugerem que seriam necessários aumentos de 13% na gasolina e 11% no diesel para cobrir a defasagem. No entanto, tais medidas representam um desafio político para o governo, que precisa encontrar um equilíbrio entre as demandas do mercado e o impacto econômico para os consumidores.

Impactos para o Setor e Dilemas Políticos

O mercado de combustíveis no Brasil, incluindo concorrentes da Petrobras, também sente os efeitos da política de preços atual. Empresas privadas enfrentam dificuldades operacionais devido à discrepância entre os preços nacionais e internacionais. Para a Petrobras, ajustar os preços ou mantê-los congelados envolve riscos políticos e econômicos. Qualquer decisão pode gerar críticas: aumento de preços pode desagradar a população, enquanto a manutenção dos valores atuais levanta questionamentos sobre possíveis intervenções governamentais.

Câmbio e Reajustes Sob Análise

Magda Chambriard destacou recentemente, em entrevista, que a volatilidade do câmbio é um dos fatores que dificultam a tomada de decisões sobre reajustes. A reunião do conselho de administração da Petrobras, agendada para esta quarta-feira, será fundamental para avaliar os preços do último trimestre de 2024. Investidores privados esperam respostas sobre a postura da estatal em relação à prática de preços de mercado.

A fórmula de precificação da Petrobras já não segue rigorosamente as cotações internacionais desde a gestão de Jean Paul Prates. O modelo atual considera custos locais de produção, promovendo um “abrasileiramento” nos preços.

Reajustes Anteriores e Perspectivas Futuros

Na gestão atual, o último aumento nos combustíveis ocorreu em julho, com reajuste de 7,12% na gasolina nas refinarias. O diesel, entretanto, manteve-se estável. Apesar disso, o preço do etanol, que subiu 17,58%, impactou diretamente o custo final da gasolina, resultando em um aumento de 9,71% para o consumidor.

Além do tema de preços, Magda Chambriard esteve em Brasília para tratar do plano de investimentos da Petrobras com integrantes do governo, incluindo Rui Costa, chefe da Casa Civil, e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia. Até o momento, a presidente da estatal não se manifestou publicamente sobre os resultados das discussões.

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