Em uma nova fase de sua vida, o ex-governador de São Paulo, João Doria, tomou a iniciativa de reestabelecer um diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação foi intermediada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que entregou ao presidente uma carta de reconciliação redigida por Doria. Nesta correspondência, o ex-governador admitiu ter cometido “excessos e erros” em relação a Alckmin e Lula, buscando um gesto de paz e entendimento.
Conforme revelado pelo jornal O Globo, Doria expressou arrependimento pelas suas atitudes, afirmando: “Queria ter a chance de dizer que errei.” Alckmin, que introduziu Doria na política, desempenhou papel fundamental na entrega da carta, simbolizando um laço de reconciliação entre antigos aliados. Já Lula, por sua vez, demonstrou hesitação sobre um possível reaproximação com Doria, embora tenha mencionado que o “perdoa”.
Doria, que conquistou o cenário político com o slogan de “João trabalhador” ao assumir a Prefeitura de São Paulo em 2016, agora se apresenta como o “João conciliador”. Desde que se afastou da política em 2022, o empresário assegura que não tem planos de retornar ao cenário partidário. “Saí em definitivo da política. Pode escrever. Não tenho raiva, mágoa ou ressentimento, mas à política, não volto mais”, declarou ao O Globo.
Afastado da vida pública, Doria tem concentrado esforços no mundo empresarial, mas não deixou de se reaproximar de figuras políticas influentes, incluindo Alckmin, com quem reatou relações em dezembro de 2023, bem como Rodrigo Garcia e Bruno Araújo, antigos aliados e colegas de partido.
Sem resposta oficial de Lula, Doria declarou que está “em paz”. “Minha alma é conciliadora. Não odeio ninguém. Não pretendo retomar antagonismos por isso. Se ele leu, ótimo. Minha alma está mais tranquila, espero que a dele também,” concluiu o ex-governador.
João Doria busca consolidar sua imagem de conciliador enquanto se mantém distante do retorno à política. Com essa postura, ele pretende fortalecer sua influência no mundo dos negócios e preservar relações amistosas com o governo e antigos aliados.