A recente prisão preventiva do general Walter Braga Netto, figura de destaque no governo Bolsonaro, não deve alterar o calendário estabelecido pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, para avaliar o relatório final da Polícia Federal (PF) sobre a investigação do suposto plano de golpe. De acordo com fontes próximas ao processo, a apresentação das conclusões da PGR continua prevista para o início de 2025.
Apesar do impacto político e simbólico da prisão de Braga Netto, a PGR mantém o ritmo de análise das evidências reunidas, adotando uma abordagem cautelosa. Gonet e sua equipe têm revisado detalhadamente o material, que inclui o relatório final e uma vasta quantidade de documentos anexos, como depoimentos e laudos periciais, que totalizam milhares de páginas.
Peso político da prisão de Braga Netto
A prisão do general é considerada um marco na investigação, sendo vista como a mais relevante até agora. Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, além de candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, Braga Netto está sendo investigado por tentativa de obstrução das apurações. Segundo a PF, ele teria buscado acessar informações confidenciais sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, além de supostamente coordenar versões de defesa com outros investigados.
STF poderá julgar o caso em 2025
Com a expectativa de que a denúncia seja enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda no início de 2025, o julgamento do caso poderá ocorrer já no primeiro semestre do ano. O Judiciário, que entra em recesso em breve, não deve interferir no cronograma definido pela PGR.
Mesmo com o impacto significativo da prisão de Braga Netto, a estratégia da PGR segue firme, focada em revisar a complexa rede de provas e apurar a responsabilidade individual dos 40 indiciados, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.