A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) utilizou a tribuna do Senado nesta quinta-feira (8) para manifestar sua indignação diante das graves acusações que envolvem o pastor Mário de Oliveira, presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular no Brasil. O líder religioso, que também já atuou como deputado federal por cinco mandatos, está sendo investigado por estupro de vulnerável e abuso sexual de menores.
Durante seu pronunciamento, Damares relatou ter uma ligação pessoal com a denominação, já que nasceu e cresceu dentro da igreja. Em tom firme, ela classificou os relatos como profundamente perturbadores. Segundo a senadora, informações apontam que o pastor teria levado uma adolescente de 14 anos para Brasília, onde teria ocorrido o abuso em um imóvel funcional da Câmara dos Deputados.
“Se essas denúncias se confirmarem, trata-se de uma violação absurda cometida contra uma menina da própria igreja, em local institucional. A gravidade disso é incalculável”, declarou a parlamentar.
Damares aciona instâncias nacionais e internacionais da Igreja
Em resposta às acusações, Damares informou que já encaminhou documentos oficiais solicitando providências à direção nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular, bem como à liderança internacional da denominação, sediada nos Estados Unidos. Segundo ela, a matriz internacional teria recomendado o afastamento de Mário de Oliveira enquanto as investigações seguem em curso.
A senadora também fez menção ao trabalho do pastor e jornalista Leonardo Alvim, que há tempos denuncia casos de abuso sexual envolvendo líderes religiosos da mesma igreja. Ela destacou a importância de apurar não apenas o caso atual, mas todos os episódios semelhantes que possam existir dentro da instituição.
“Não podemos mais tolerar crimes cometidos por falsos pastores. É hora de romper o silêncio. Quem comete esses abusos precisa responder perante a justiça e pagar pelos seus atos”, enfatizou Damares.
Escândalo amplia debate sobre responsabilização de líderes religiosos
O caso envolvendo Mário de Oliveira traz à tona o debate sobre a responsabilização de líderes religiosos acusados de crimes sexuais, especialmente quando há indícios de uso de poder espiritual e influência institucional para acobertar abusos.
A investigação está sob responsabilidade do Ministério Público, que ainda não divulgou detalhes do processo. Damares afirmou estar acompanhando de perto o caso e espera que a verdade prevaleça.