Pastor é preso dentro de igreja por participação em quadrilha de fraudes contra professores

Uma operação policial realizada no início desta semana revelou um esquema criminoso de fraudes em empréstimos consignados que afetava diretamente professores da rede pública de ensino. Entre os sete presos estão um homem que se apresentava como pastor evangélico e um pai de santo. As prisões ocorreram em diferentes pontos da cidade, incluindo dentro de uma igreja, durante um culto.

A investigação, conduzida pela Polícia Civil do Amazonas, teve início após diversas denúncias de educadores que notaram descontos não autorizados em suas folhas de pagamento. Conforme explicou o delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), o grupo criminoso vinha atuando há meses, utilizando dados sigilosos de servidores públicos obtidos de forma ilegal em plataformas públicas como o Portal da Transparência e o site do Tribunal de Justiça.

Prisão chocou fiéis durante culto em Manaus

O momento mais impactante da operação aconteceu com a prisão de John Harry, identificado como um dos líderes do grupo. Ele foi detido dentro de uma igreja evangélica, em plena cerimônia religiosa. Vídeos registrados no local mostram fiéis surpresos e tentando intervir na ação policial, mas o mandado de prisão foi cumprido sem resistência.

Além de John Harry, também foi preso Luís Roberto Lima Fonseca, conhecido pai de santo da região, e Manoel Moreno, funcionário de uma instituição financeira local que teria facilitado a liberação das transações fraudulentas.

Como funcionava o golpe

Segundo a polícia, o esquema funcionava da seguinte forma: os criminosos acessavam informações dos professores por meio de dados públicos e, em seguida, contratavam pessoas para se passarem pelos titulares das contas. Utilizando um site falso, eles simulavam empréstimos consignados em nome das vítimas. O dinheiro era desviado antes mesmo que os professores percebessem os descontos indevidos em seus contracheques.

O golpe não afetou apenas profissionais de Manaus, mas também vítimas em diversos municípios do interior do Amazonas.

Operação continua e novas prisões podem ocorrer

As autoridades acreditam que mais pessoas estejam envolvidas na quadrilha. A investigação segue em andamento para identificar todos os beneficiários do esquema e possíveis servidores cúmplices. A Polícia Civil orienta que professores e outros servidores públicos fiquem atentos aos seus extratos e denunciem qualquer movimentação financeira suspeita.

Denúncias e apoio às vítimas

Professores que perceberem descontos irregulares ou empréstimos não reconhecidos devem procurar imediatamente a delegacia mais próxima ou entrar em contato com a Polícia Civil do Amazonas por meio dos canais oficiais.

O caso traz à tona a ousadia de criminosos que se aproveitaram da fé e da função pública de educadores para aplicar fraudes. A prisão dentro de um templo religioso expõe a gravidade do golpe e reforça a importância da fiscalização de dados sensíveis por parte das instituições públicas.