Política Nacional

“Um golpe para valer você só tem quando as Forças Armadas estão dispostas a fazer” diz Michel Temer

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O ex-presidente Michel Temer (MDB) comentou nesta segunda-feira (25) as investigações da Polícia Federal (PF) sobre um possível plano de golpe de Estado, que resultaram no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas. Para Temer, não houve condições reais para um golpe, enfatizando que isso só seria viável com o envolvimento integral das Forças Armadas.

Golpe Sem Forças Armadas Não Existe, Diz Temer

Durante o evento Global Voices, promovido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em São Paulo, Temer declarou:

“Um golpe efetivo só ocorre quando as Forças Armadas estão dispostas a agir. Se não houver essa disposição, não há golpe”.

Ao participar de um painel sobre segurança jurídica e seu impacto no desenvolvimento econômico, o ex-presidente destacou a força da democracia brasileira. Para ele, apesar das tentativas de ruptura, a estabilidade institucional impediu que planos como os investigados pela PF avançassem.

Participação de Militares no Plano

Temer minimizou o impacto da suposta participação de militares no plano investigado, afirmando que a adesão foi isolada e não representou as Forças Armadas como um todo. “Não foi a instituição, mas sim algumas figuras isoladas”, explicou.

A PF concluiu na semana anterior que Jair Bolsonaro, ex-ministros e militares estiveram envolvidos em crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.

Comparação com Protestos em Seu Governo

O ex-presidente também comparou os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando houve invasão aos Três Poderes, aos protestos durante sua gestão contra a reforma da previdência. Ele relembrou:

“No meu governo, as centrais sindicais levaram 1.600 ônibus para Brasília, incendiaram ministérios e tentaram invadir o Congresso”.

Crescimento Econômico e Críticas à Falta de Projeto

Ao falar sobre economia, Temer elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificando-o como uma “agradável surpresa”. Ele defendeu a redução de gastos públicos como caminho para controlar a dívida pública. Contudo, criticou o que vê como ausência de planejamento estratégico no governo federal:

“O povo precisa saber quais ações o governo pretende realizar ao longo de um mandato. Isso traz confiança e estabilidade”.

Críticas à Proposta de Jornada 6×1

Temer também se posicionou contra a proposta de emenda constitucional que busca reduzir a jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais. Para ele, o Brasil ainda não está preparado para implementar tal medida.

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