A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ressaltou a atuação ágil da Justiça Eleitoral ao comentar o processo movido pelo ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A ação foi motivada por declarações do governador sobre uma suposta orientação do Primeiro Comando da Capital (PCC) para que eleitores apoiassem o candidato psolista.
Durante uma entrevista coletiva no TSE, Cármen Lúcia foi questionada sobre a velocidade da resposta judicial ao caso. A ministra afirmou que qualquer irregularidade cometida antes, durante ou após as eleições será tratada com a devida celeridade. Ela defendeu a eficiência do sistema eleitoral brasileiro, apontando o sucesso em divulgar os resultados de uma eleição com mais de 33 milhões de eleitores em pouco mais de duas horas após o encerramento das urnas. “Esse é um caso isolado, mas comprova a eficiência da Justiça Eleitoral. Em 51 municípios, atendendo mais de 30 milhões de eleitores, conseguimos resultados rápidos e seguros”, afirmou.
Cármen Lúcia ainda ressaltou que os prazos para processos eleitorais no Brasil são curtos, permitindo respostas rápidas. “A Justiça Eleitoral brasileira tem prazos muito enxutos, então qualquer acusação ou irregularidade será respondida em tempo hábil. Em outros países, decisões desse tipo podem levar semanas ou até meses, o que daria margem para questionamentos. Aqui, atuamos rapidamente para evitar qualquer dúvida”, declarou.
Boulos, por sua vez, recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) pedindo a inelegibilidade de Tarcísio e do prefeito reeleito. Ele também protocolou uma notícia-crime no TSE, alegando que o governador divulgou informações falsas durante a campanha.
Conforme revelado pelo portal Metrópoles, as mensagens interceptadas supostamente mostram que o PCC orientou familiares de seus integrantes a votarem em Boulos e em Marta Suplicy, candidata a vice-prefeita na chapa do PSOL. Em uma das mensagens, a facção nega vínculos com partidos, mas sugere apoio eleitoral.
Leia a íntegra do primeiro bilhete:
Comunicado int. dt 08 10 91/24
Enviem 1 forte abraço a todos viemos dizer tranquilamente ao povo que veio da Int. Emente viemos ressaltar a todos que o comando não fecha c/ nenhum partido Político mais encima da Sit. que estamor vivenciando viemos pedir p/ que possir. pedirem p/ seus familiares se podem apoiar a Intor. votando na Marta Suplicy e no Boulos do PT. Agradecemos a atenção de todos…