A imagem do Brasil no exterior e a triste realidade interna
A política brasileira é frequentemente vista no exterior como uma das mais corruptas do mundo. Mas a corrupção por aqui vai além dos palácios de Brasília. O problema é cultural, cotidiano, e o mais grave é que muitos já se acostumaram a ele.
A corrupção do dia a dia
Corrupção não se limita a grandes escândalos políticos. Ela também mora nas pequenas ações que, muitas vezes, passam despercebidas ou são até justificadas com frases como “todo mundo faz”. Veja alguns exemplos:
Furar filas como se fosse algo normal;
Oferecer uma “caixinha” a um guarda de trânsito para escapar de uma multa;
Usar atestados médicos falsos para faltar ao trabalho;
Fazer “gatos” de luz, água ou internet;
Sonegar impostos ou adulterar notas fiscais.
Tudo isso são formas de corrupção — e alimentam uma cultura onde o certo vai sendo relativizado até desaparecer.
O “jeitinho brasileiro”: esperteza ou transgressão?
O “jeitinho” já foi visto como símbolo da criatividade nacional. Mas, quando usado para burlar regras, ele se torna perigoso. É nesse ambiente de permissividade que se cria o terreno fértil para os grandes escândalos políticos. Afinal, se muitos fazem o errado em pequena escala, por que os poderosos agiriam diferente?
Partidos e poder: quanto mais tempo no governo, mais escândalos?
Quando falamos de partidos políticos, é evidente que a maioria já esteve envolvida em casos de corrupção. O PT, por exemplo, protagonizou escândalos como o Mensalão e a Lava Jato, especialmente por ter passado muitos anos à frente do governo federal.
Mas ele não está sozinho. Partidos como o MDB, PSDB e outros também aparecem com frequência nas manchetes policiais e nos inquéritos do Ministério Público. A permanência longa no poder acaba criando estruturas e alianças cujo objetivo é perpetuar privilégios e acessar recursos públicos.
A verdadeira mudança começa em nós
Não adianta apenas apontar o dedo para Brasília. A mudança que o Brasil precisa começa na nossa casa, no nosso trabalho, no nosso coração. Cada pequena decisão honesta ajuda a romper esse ciclo.
Que possamos abandonar o “jeitinho”, rejeitar a vantagem fácil e viver com integridade. A honestidade, ainda que custosa, é sempre o melhor caminho — e um povo justo é o alicerce de uma nação justa.
Pastor Luciano Gomes, teólogo
Nota: As opiniões de cunho político expressas neste artigo são de exclusiva e total responsabilidade de seu autor e não refletem necessariamente a posição do portal Veja Aqui Agora.