Brasil

Projeções para o câmbio entre real e dólar apontam cenário desafiador

Publicado

em

As expectativas para a relação entre o real e o dólar nos próximos anos têm gerado preocupação entre analistas internacionais. Segundo um relatório do banco Morgan Stanley, a moeda brasileira pode enfrentar ainda mais desvalorização, especialmente se houver perda de autonomia do Banco Central em controlar a política monetária. Essa situação, conhecida como “dominância fiscal”, poderia levar o câmbio a patamares alarmantes, com o dólar atingindo até R$ 7 em 2025.

Cenários de depreciação do real

O Morgan Stanley aponta que o real tem potencial para uma desvalorização ainda maior. No segundo semestre de 2025, o dólar poderia chegar a R$ 6,30, dependendo das condições fiscais e monetárias. Em um contexto de maior instabilidade, essa taxa poderia variar entre R$ 6,70 e R$ 7, refletindo o aumento dos prêmios de risco exigidos por investidores internacionais.

Outro banco norte-americano, o Wells Fargo, também revisou suas projeções, esperando que o dólar atinja R$ 6,80 em 2025, com possibilidade de atingir R$ 7 até o início de 2026. A instituição ressalta que a deterioração fiscal é um dos principais fatores para a queda do real frente ao dólar.

Estimativas pessimistas e otimistas

Outros bancos também acompanham esse movimento. O Deutsche Bank projeta o dólar em R$ 6 no fim de 2025 e R$ 6,50 em 2026, mas alerta que choques adicionais podem levar a moeda norte-americana a ultrapassar os R$ 7. Por outro lado, o Citi adota uma visão mais otimista. O banco acredita que a incerteza fiscal deve diminuir em 2024, favorecendo uma estabilização do real. As previsões do Citi indicam que o dólar poderá ficar em torno de R$ 5,70 em 2025, com chances de melhora no cenário cambial.

Contexto atual

Até o momento, o real acumulou uma significativa perda de valor em relação ao dólar, registrando uma desvalorização de 24,61% desde o início do ano. Esse desempenho coloca a moeda brasileira entre as piores do mundo, sendo superada apenas por uma outra divisa principal.

Apesar de algumas previsões mais otimistas, como as do Citi, a maior parte dos analistas acredita que a situação fiscal do Brasil será decisiva para o comportamento do câmbio nos próximos anos. Sem uma política fiscal eficaz, o risco de novas desvalorizações se mantém elevado.

Tendência

Sair da versão mobile