A recente denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas, sob a alegação de tentativa de golpe de Estado, escancara um preocupante cenário de repressão política e perseguição ideológica no Brasil. A ação coordenada pelo procurador-geral Paulo Gonet não se baseia em provas concretas, mas sim em delações de figuras interessadas em benefícios judiciais. Essa estratégia, que se tornou comum nos últimos anos, ameaça diretamente os direitos democráticos da população e a liberdade de expressão.
O Partido da Causa Operária (PCO) tem razão ao denunciar o autoritarismo crescente no país. O argumento central da acusação de Gonet se sustenta em interpretações subjetivas e criminaliza o direito de questionar decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou de criticar o funcionamento do sistema eleitoral. Se essa lógica for consolidada, qualquer voz dissidente poderá ser enquadrada como conspiradora ou subversiva, um retrocesso inaceitável para um país que se pretende democrático.
Além disso, a falta de elementos concretos que comprovem a existência de uma tentativa real de golpe expõe a fragilidade dessa narrativa. Como bem pontuou o PCO, não houve tanques nas ruas, insurreições armadas ou qualquer movimentação que justificasse a classificação dos acontecimentos como uma tentativa de ruptura institucional. O que existe, na prática, é um esforço deliberado de setores do Judiciário para enquadrar adversários políticos como criminosos, neutralizando qualquer oposição ao status quo.
O cenário que se desenha é preocupante. As 268 páginas da denúncia não servem para comprovar a culpa dos acusados, mas para consolidar um modelo de repressão que coloca em xeque as liberdades fundamentais da sociedade. Esse modus operandi, que já foi utilizado no passado contra outros atores políticos, agora se volta contra Bolsonaro e seus aliados, mas pode, futuramente, atingir qualquer um que se oponha às diretrizes do establishment.
A democracia não pode ser seletiva. Se um país permite que a crítica política seja tratada como crime, abre-se um perigoso precedente para o arbítrio e a censura. O Brasil vive um momento delicado, e é fundamental que toda a sociedade esteja atenta aos desdobramentos desse caso, pois o que está em jogo não é apenas o destino de Bolsonaro e seus aliados, mas sim o futuro das liberdades democráticas no país.
A coluna Falando Sobre o Assunto com o jornalista Edivaldo Santos analisa e traz informações sobre tudo o que acontece nos bastidores do poder no Brasil e que podem influenciar nos rumos da política, da economia, do gospel e em tudo que acontece no Brasil e no mundo. Para envio de sugestões de pautas e reportagens, entre em contato com a nossa equipe pelo e-mail veja.aquiagora@hotmail.com.