PCO critica denúncia da PGR contra Bolsonaro e fala em perseguição política

O Partido da Causa Operária (PCO) manifestou, nesta sexta-feira (21), sua oposição à ação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em um editorial publicado em seu site, a legenda repudiou a denúncia que acusa Bolsonaro de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

PCO Classifica a Denúncia como Arbitrária

O PCO, partido de orientação socialista e crítico ao sistema capitalista, rejeitou a narrativa de que houve movimentações concretas para a implantação de um golpe no Brasil. Segundo a legenda, entre 2022 e 2024, não foram registradas ações como a presença de tanques nas ruas, interferência de governos estrangeiros ou articulação de grupos armados para alterar a ordem institucional.

O partido ainda questionou a decisão do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao indiciar 34 pessoas no inquérito sobre a tentativa de golpe. Para a sigla, a medida é “repressiva” e “inconstitucional”.

Crítica ao STF e ao Sistema Eleitoral

No editorial, o PCO afirma que a acusação contra Bolsonaro pode abrir um precedente perigoso para a democracia brasileira. Segundo o texto, se aceita pela Justiça, a denúncia pode endurecer ainda mais o cenário político, restringindo a liberdade de expressão de lideranças contrárias ao atual governo.

De acordo com o partido, “criticar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou contestar o sistema eleitoral passa a ser tratado como parte de um complô para subverter o Estado Democrático de Direito”. Para o PCO, essa interpretação representa um ataque aos direitos democráticos da população.

Golpe Contra a Democracia?

Ao final do texto, a legenda argumenta que o verdadeiro risco para a democracia brasileira não está em Bolsonaro, mas nas próprias instituições, que, segundo o partido, estariam atuando em favor do “grande capital” para limitar a participação política de setores populares.

A posição do PCO gera controvérsia, pois contrasta com o entendimento de outras correntes da esquerda, que apoiam a responsabilização de Bolsonaro. O debate sobre a estabilidade democrática do Brasil continua acirrado, com diferentes visões sobre os eventos políticos recentes.