Pastor é preso por vender remédios irregulares para emagrecimento em Quirinópolis

Quirinópolis (GO) – Uma operação policial deflagrada na região sudoeste de Goiás revelou um esquema de comercialização clandestina de medicamentos para emagrecimento. Os principais envolvidos são o pastor evangélico Caio Pimentel e sua irmã, ambos acusados de utilizar a fé dos fiéis como meio para vender produtos sem qualquer autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo a Polícia Civil, o caso veio à tona após diversas denúncias de moradores da cidade. Eles afirmavam que o líder religioso estaria se aproveitando da confiança da comunidade para oferecer remédios supostamente naturais e com promessas milagrosas de perda de peso.

Durante a abordagem policial, os agentes flagraram o momento em que cerca de 100 frascos do produto estavam sendo preparados para envio a outras cidades da região. Além disso, foi identificado um ponto comercial alugado exclusivamente para armazenamento e distribuição das cápsulas.

Na inspeção do local, a polícia encontrou materiais utilizados na produção de embalagens clandestinas, demonstrando a estrutura organizada do esquema. De acordo com os investigadores, a prática ilegal já ocorria há pelo menos um ano.

O pastor confessou o crime durante o depoimento. Já a irmã dele, também envolvida, preferiu não admitir participação direta no esquema. Ele permanece preso, enquanto ela responderá ao processo em liberdade. A investigação continua para identificar possíveis cúmplices e avaliar os impactos à saúde dos consumidores.

Perigo à saúde pública

Autoridades de saúde alertam para os riscos do consumo de medicamentos sem registro na Anvisa. Apesar de muitos desses produtos serem divulgados como “naturais”, eles podem conter substâncias concentradas que sobrecarregam órgãos como o fígado, levando a quadros graves como hepatite medicamentosa e até cirrose.

“O fato de algo ser rotulado como natural não significa que seja seguro. Toda substância, mesmo derivada da natureza, pode causar reações perigosas quando usada sem orientação médica ou controle sanitário”, explicou um especialista consultado.

Operação deve ter novas fases

Com base nas informações já apuradas, a polícia não descarta novas diligências e prisões. A prioridade agora é identificar se consumidores foram afetados e se mais pessoas estão envolvidas na distribuição dos produtos.