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O golpe do batom: A ditadura do medo e o caso Débora dos Santos

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O julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, uma mulher de 39 anos, mãe de duas crianças, condenada a 14 anos de prisão pelo ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, levanta questionamentos que vão muito além do seu caso específico. Trata-se de um retrato claro da instrumentalização da Justiça para fins políticos, uma demonstração de poder que transforma punição em vingança e direito em autoritarismo.

Débora está sendo julgada por tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, associação criminosa e abolição violenta do Estado de Direito. No entanto, ao analisar friamente os fatos, percebe-se que sua participação nos atos de 8 de janeiro não se encaixa na gravidade dos crimes que lhe foram imputados. Ela não liderou, não financiou, não organizou e tampouco portava armas. Sua maior afronta? A arma perigosa? Um batom usado para escrever frases de protesto: Perdeu Mané, na estátua do STF. Frase esta, que é dita por bandidos, ladrões, quando conseguem subtrair algo das suas vítimas. Posteriormente, ela veio a ser reproduzida pelo ministro Roberto Barroso. E, por isso, foi transformada em um símbolo da repressão estatal.

O que está em jogo aqui não é apenas a pena desproporcional imposta a Débora. Trata-se da criação de um precedente perigoso, onde a Justiça não atua mais com base na isonomia e nos princípios democráticos, mas sim como um instrumento de controle e intimidação. Esse julgamento não é sobre os atos que ocorreram no STF; é um aviso: quem ousar desafiar o sistema será esmagado.

A própria suspensão do julgamento através do pedido de vista do ministro Luiz Fux mostra como a decisão gerou incômodo até dentro da Corte. Não se trata de defender a impunidade, mas de questionar a justiça de penas que mais parecem serviço de repressão do que equilíbrio e proporcionalidade.

Hoje é Débora. Amanhã, quem será? Vivemos um tempo onde o medo é política de Estado, onde discordar pode significar ser apagado do mapa, e onde a justiça é usada como instrumento de silenciamento. E enquanto parte da sociedade grita “sem anistia”, sem perceber que virou massa de manobra, a liberdade vai sendo enterrada, uma condenação desproporcional por vez.

A pergunta que fica é: até onde você vai aceitar calado? Porque quando percebermos o tamanho do buraco, pode ser tarde demais para sair dele.

Jornalista (CRP/BA 0006663/BA), radialista (DRT 5072/BA) e youtuber. Como jornalista já atua há 10 anos e atualmente é diretor de jornalismo do Portal Veja Aqui Agora . Desde 1984, atua no rádio, começando sua trajetória na Rádio Fundação Ide e Ensinai, em São Gonçalo dos Campos, na Bahia. Também trabalhou na Radio Cultura AM, Carioca AM, Betel FM, Cidade FM. Foi diretor da Comunidade FM, todas em Feira de Santana e atualmente trabalha na Rádio Elos, onde apresenta o Programa Bom Dia Felicidade, de segunda a sexta-feira, das 10h ao meio dia, também na mesma cidade. Também dirigiu a Rádio Shekiná FM em Vinhedo São Paulo e trabalhou como apresentador na Jerusalém FM na capital paulista. Como youtuber, administra os canais “Veja Aqui Agora News”, com mais de 160 mil assinantes e “Edivaldo Santos News” com mais de 15 mil assinantes. Para contato: vejaaqui.agora@hotmail.com

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