Já passou da hora de parar com essa velha cantilena de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não sabe de nada”. Essa frase, repetida à exaustão desde os tempos do escândalo do mensalão, virou um escudo automático para blindar o núcleo central do poder toda vez que a lama da corrupção atinge o Planalto comandado pelo petista. Mas sejamos honestos: até quando o Brasil vai tolerar esse jogo de empurra?
Relembrando o padrão: o “não sei” institucionalizado
O caseiro Francenildo? Lula não sabia. O mensalão? Era o Dirceu. O petrolão? A base aliada. O escândalo do Aerolula? Outro departamento. Com o Lula e sua turma, é sempre assim. Agora, com os desvios no INSS, o governo diz que o problema foi causado pelo PDT. De novo, Lula não sabia e chegou até culpar o governo anterior. Uma das características do incompetente é sempre arrumar um culpados para os seus erros.
Os escândalos anteriores e os atuais, todos eles aconteceram — não são delírios da imprensa ou invenções da Polícia Federal. No caso da Lava Jato, Os processos podem ter sido anulados por alegados erros processuais, mas os crimes de corrupção existiram. No caso atual, envolvendo o INSS, o padrão de blindagem continua, agora com o ministro Rui Costa tentando jogar a culpa na CGU por “não avisar a tempo”. Esse é modus operandi é sempre o mesmo: ninguém sabe, ninguém viu e o culpado é o outro.
O problema é político e ético
Não se trata mais de inocência ou ignorância. Trata-se de um problema político e ético. Lula voltou à presidência sem uma aclamação popular maciça. Voltou com a força e ajuda da imprensa, STF e TSE que se juntaram com que um consórcio no sentido de evitar um novo mandato de Jair Bolsonaro. Talvez eles achavam que no retorno do petista, exigia, no mínimo, uma postura inflexível contra qualquer suspeita de corrupção. O mínimo não foi entregue.
Carlos Lupi, presidente do PDT e ministro da Previdência, afirmou que já sabia dos desvios do INSS desde o ano passado. E ninguém comunicou nada ao presidente? Nada chegou à Casa Civil? Nada foi lido, discutido ou enfrentado? É muita boa vontade para acreditar nessa narrativa que sempre foi a mesma.
A confiança esfarelada
O governo do PT, após tantos anos, ainda não entendeu — ou finge não entender — que cada novo escândalo agrava um trauma nacional. A corrupção não é apenas um problema administrativo. É uma ferida na credibilidade das instituições. A resposta do governo tem sido apática, evasiva, infantil. O que se vê, mais uma vez, é um presidente que se comporta como espectador da própria gestão.
Conclusão: O país não aguenta mais
A frase “não sabíamos de nada” não pode mais ser usada como álibi. O brasileiro está cansado. O eleitor não quer um presidente alheio, omisso, sempre surpreendido pelos próprios ministros. A era da ingenuidade, do não sei, não vi e a culpa é do outro, acabou. É hora de Lula e seu governo assumirem a responsabilidade — ou correm o risco de mergulhar o país novamente em um ciclo de desconfiança, descrença e desilusão.
Se o presidente realmente não sabia, deveria saber. E se sabia, precisa explicar.