Milhares de pessoas se reuniram neste domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo, para participar de uma manifestação que pediu anistia aos condenados e presos pelos eventos de 8 de janeiro de 2023. O protesto foi marcado por discursos políticos, símbolos patrióticos e forte presença popular, com uma mensagem unificada: justiça para os que foram punidos pelos atos ocorridos na sede dos Três Poderes.
A manifestação começou ainda durante a manhã, apesar de estar marcada para as 14h. Com um clima pacífico e colorido pelas tradicionais camisetas verde e amarelo, o evento contou com a presença de figuras públicas importantes, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Batons viram símbolo do protesto: referência à prisão de Débora dos Santos
Além das bandeiras do Brasil, um item inusitado chamou a atenção: batons, exibidos por centenas de pessoas como símbolo de protesto. O gesto faz referência ao caso de Débora dos Santos, presa após escrever a frase “perdeu, mané” na estátua da Justiça, em frente ao STF. Condenada a 14 anos de prisão, o batom que ela usou foi citado em julgamento como “substância inflamável”, o que gerou indignação entre apoiadores da anistia.
União política pelo perdão dos manifestantes: parlamentares cobram ação do Congresso
No trio elétrico montado para o evento, parlamentares de diversos partidos discursaram em apoio à anistia. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) declarou que não descansará até que o perdão seja aprovado. Já Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou duramente o Supremo Tribunal Federal, defendendo que o povo brasileiro é quem tem legitimidade para decidir. “Eles têm a toga, mas nós temos o povo”, afirmou.
Michelle Bolsonaro pede compaixão a ministros do STF
Representando o público feminino presente, Michelle Bolsonaro pediu empatia às autoridades, mencionando o caso da idosa Adalgiza Maria Dourado, condenada a 14 anos de prisão, que segundo familiares, enfrenta estado emocional delicado. A ex-primeira-dama direcionou um apelo direto ao ministro Luiz Fux, pedindo sensibilidade: “Fux, não deixe a Adalgiza morrer”.
Tarcísio de Freitas defende pacificação nacional e critica inelegibilidade de Bolsonaro
Durante seu discurso, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) destacou a importância de restabelecer a harmonia entre os Poderes da República. Ele também questionou a decisão judicial que tornou Jair Bolsonaro inelegível, e ressaltou que os participantes do evento estavam presentes por vontade própria, sem qualquer tipo de remuneração. “Precisamos pacificar o Brasil e olhar para frente”, disse.
Silas Malafaia contesta narrativa de golpe e acusa mídia de manipulação
Responsável por organizar o evento, o pastor Silas Malafaia foi enfático ao classificar os processos judiciais relacionados ao 8 de janeiro como uma “farsa”. Ele criticou a delação de Mauro Cid e desafiou o STF a apresentar provas concretas de uma suposta tentativa de golpe. Para Malafaia, parte da mídia e setores do Judiciário contribuíram para a construção de uma narrativa inexistente.
Bolsonaro promete seguir no Brasil e continuar lutando por anistia
Encerrando o ato, o ex-presidente Jair Bolsonaro subiu ao palco e afirmou que permanecerá no Brasil, lutando pela anulação de sua inelegibilidade e pela libertação dos presos políticos. “Se acham que vou fugir, estão enganados. Vou continuar defendendo a minha pátria”, declarou.