Política Nacional

Ministro Juscelino Filho deve deixar o governo Lula, após denúncia da PGR por corrupção

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O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, decidiu entregar o cargo e deixar o governo federal ainda nesta terça-feira. A decisão, que será oficializada em carta entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua chegada a Honduras, foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia formal contra o ministro por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Pressão política e desgaste institucional

A saída de Juscelino ocorre em meio a crescentes pressões políticas e jurídicas. Segundo fontes ligadas ao partido União Brasil, ao qual Juscelino é filiado, o agora ex-ministro optou por se desligar da função ministerial para se defender enquanto retoma o exercício do mandato como deputado federal pelo Maranhão, atualmente licenciado.

Internamente, a decisão já era aguardada por outros membros do governo. A denúncia da PGR tem origem em um inquérito da Polícia Federal, iniciado em 2024, que investiga o uso de emendas parlamentares para obras de pavimentação em Vitorino Freire (MA) — cidade administrada à época por Luanna Resende, irmã de Juscelino.

As obras sob suspeita foram custeadas por recursos públicos indicados por Juscelino quando ainda era deputado federal em exercício, levantando suspeitas de desvio de finalidade e favorecimento ilícito.

Lula já havia sinalizado afastamento

Durante investigações anteriores, ainda em junho de 2024, Lula já havia afirmado que um eventual afastamento de Juscelino ocorreria caso houvesse denúncia formal da PGR. Com a denúncia agora oficializada, a permanência do ministro se tornaria politicamente insustentável, motivando a decisão de saída por iniciativa própria.

Segundo apurações, o movimento visa evitar mais desgaste para o governo e preservar a imagem do presidente. Integrantes do Executivo e aliados próximos esperavam que Juscelino se antecipasse a qualquer medida de afastamento presidencial, o que de fato ocorreu.

Próximos passos

A carta de demissão será entregue ao presidente Lula por volta das 22h (horário de Brasília), assim que a comitiva presidencial pousar em território hondurenho. Juscelino Filho pretende agora concentrar seus esforços em sua defesa no Congresso e na Justiça.

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