A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, declarou na segunda-feira, 21, que continuará à frente da pasta, apesar das recentes acusações de assédio moral e racismo. As denúncias foram reveladas pela agência de notícias Alma Preta e envolvem tanto a ministra quanto sua secretária-executiva, Maria Helena Guarezi.
Acusações contra Cida Gonçalves e Maria Helena Guarezi
Conforme relatos de 17 testemunhas anônimas, Cida Gonçalves teria demitido uma secretária por focar na campanha eleitoral em vez de priorizar suas obrigações no ministério. Já Maria Helena Guarezi é acusada de comportamento racista, com relatos de que pediu a Carmen Foro, ex-secretária de Articulação Institucional, que se sentasse durante uma reunião, alegando que o cabelo crespo de Foro atrapalhava sua visão.
As testemunhas também afirmam que Cida Gonçalves tinha conhecimento dos incidentes, mas não agiu para resolver a situação. Em uma ocasião, ao ser informada sobre uma nova denúncia de racismo, a ministra teria minimizado o ocorrido ao dizer: “De novo isso de racismo?”.
Exonerações e clima de tensão
Desde que assumiu o ministério, Cida Gonçalves já demitiu 59 servidores, conforme registrado no Diário Oficial da União (DOU). Após a exoneração de Carmen Foro, em agosto, a ministra teria ameaçado outras funcionárias ligadas à ex-secretária, conforme uma gravação divulgada pela Alma Preta. Na gravação, Cida teria afirmado que quem estava associado a Carmen “teria de sair”.
Testemunhas anônimas descrevem o ambiente de trabalho no ministério como hostil e propício ao assédio moral. Além disso, Carmen Foro foi mencionada entre as pessoas que sofreram com essa conduta, antes de sua exoneração.
Posição do governo e resposta da ministra
Até o momento, o governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias. No entanto, em entrevista ao site Poder360, a ministra Cida Gonçalves reafirmou sua permanência no cargo e declarou que o ministério está preparando um comunicado oficial sobre o caso.
Cida Gonçalves também manifestou apoio a Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, que teria sido vítima de assédio sexual por parte de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos, em setembro.
A continuidade de Cida Gonçalves no comando do Ministério das Mulheres, em meio às graves acusações de assédio moral e racismo, levanta questionamentos sobre a gestão do ministério e a resposta do governo às denúncias. A expectativa é de que o comunicado oficial forneça mais esclarecimentos sobre as alegações e as medidas que serão adotadas.