Uma análise publicada neste domingo (16) pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta sua pior avaliação desde que assumiu o terceiro mandato. Segundo dados da pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (14), a insatisfação com o governo cresceu significativamente nos últimos meses.
Dados apontam queda acentuada na aprovação
De acordo com a pesquisa, 41% da população avalia negativamente a gestão de Lula, enquanto apenas 24% consideram o governo positivo. O levantamento também mostra que, em apenas dois meses, a aprovação do presidente caiu 11 pontos percentuais, uma baixa histórica.
A perda de apoio atinge principalmente grupos que tradicionalmente compõem a base eleitoral do presidente, como mulheres, nordestinos, pessoas negras e cidadãos de baixa renda e escolaridade. Apesar dos avanços em indicadores econômicos, como o crescimento do PIB e a queda no desemprego, esses números não refletem melhorias concretas na qualidade de vida da população.
Promessas não cumpridas e falta de diretrizes claras
O editorial do Estadão critica a falta de um plano estratégico por parte do governo para lidar com os desafios atuais. Segundo a publicação, Lula venceu as eleições com promessas de melhoria no poder de compra da população, como preços acessíveis para itens básicos, mas essas expectativas não estão sendo atendidas.
O texto também aponta que, ao invés de reconhecer os desafios e buscar novas soluções, o governo tem culpado fatores externos, como fake news, especulação do mercado financeiro e até influências internacionais, sem assumir responsabilidades.
Dificuldade em inovar e resistência a mudanças
Outro ponto de destaque na análise é a falta de inovação nas políticas públicas. Segundo o editorial, o governo tem adotado estratégias antigas, como a ampliação de programas assistenciais e medidas econômicas intervencionistas, sem priorizar o empreendedorismo ou reformas estruturais.
O Estadão alerta que, diante da queda de popularidade e da pressão por resultados, Lula pode acabar adotando estratégias políticas controversas para tentar reverter o cenário. A publicação lembra a célebre frase de Dilma Rousseff, que afirmou que “pra ganhar eleição, a gente faz o diabo”, sugerindo que o governo pode recorrer a medidas drásticas para recuperar apoio.
O cenário político aponta para desafios crescentes no terceiro mandato de Lula. Com a popularidade em declínio, a falta de um plano de governo sólido e a insatisfação crescente entre setores que antes o apoiavam, a gestão precisa repensar suas estratégias para evitar um desgaste ainda maior.