Nos dias de hoje, estamos vendo uma situação que, para muitos, é difícil de entender. Vivemos em uma sociedade onde a liberdade de expressão e de crença, direitos fundamentais garantidos pela nossa Constituição, parecem estar sendo deixados de lado em nome de uma ideologia que tenta se impor a todos, sem considerar as convicções pessoais de cada um. Isso se torna ainda mais preocupante quando vemos, por exemplo, o cristão sendo pressionado a abandonar suas crenças e adotar outras visões do mundo que, muitas vezes, vão contra a própria essência da fé cristã.
O que está acontecendo? De onde surgiu essa necessidade de forçar os outros a seguir ideologias, mesmo quando isso vai contra suas convicções mais profundas? A resposta está em um debate que, muitas vezes, deixa de ser sobre direitos iguais e vira uma disputa moral sobre quem está certo e quem está errado. O cristão, em particular, tem se sentido cada vez mais pressionado a aceitar e endossar ideologias que ferem os princípios que ele defende.
A Fé Cristã Não Deve Ser Imposição de Ideologia
Quando falo sobre fé, não estou apenas falando de um conjunto de crenças que se limitam a um ambiente de culto ou à leitura da Bíblia. Falo de um modo de viver, que inclui valores, princípios e uma forma de ver o mundo. Os cristãos, assim como outras religiões, têm o direito de viver de acordo com sua fé sem serem forçados a adotar padrões que vão contra os preceitos que acreditam ser divinos.
A fé cristã nos ensina que devemos viver com amor, respeito e honestidade, mas também nos ensina que existem convicções que não devem ser negociadas. Então, como é que podemos aceitar a imposição de ideologias que não fazem parte da nossa visão de mundo? Como podemos ser obrigados a validar algo que vai contra os nossos princípios? Não estamos falando de desrespeitar o outro, mas de preservar nossa liberdade de consciência e de expressão.
Quando Já Está Garantido, Mas Se Exige Mais
Outro ponto importante sobre essa questão é que, muitas vezes, grupos que já têm seus direitos garantidos pela Constituição acabam exigindo ainda mais “proteção”. Não é raro vermos pessoas ou movimentos que já possuem os mesmos direitos que qualquer outro cidadão, pedindo mais leis ou privilégios extras. Isso gera um ambiente de desigualdade, onde, em nome da igualdade, um grupo se vê como superior ao outro.
Por exemplo, pessoas que fazem parte do movimento LGBTQIA+ já possuem uma série de direitos garantidos, desde o direito ao casamento até a proteção contra discriminação. Mas ainda assim, vemos uma constante busca por mais “proteção”, como se já não houvesse uma base legal sólida que os proteja. O que parecia ser uma luta pela igualdade, em certos momentos, acaba se tornando uma exigência por privilégio, algo que coloca um grupo acima dos outros, forçando todos a aceitarem algo que, na prática, já é protegido por lei.
É um paradoxo: uma ideologia que clama por igualdade muitas vezes acaba impondo um tratamento diferenciado para alguns, sem reconhecer os direitos já conquistados. Quando isso acontece, a sociedade começa a se fragmentar, criando divisões em vez de promover o entendimento mútuo e o respeito.
O Medo da Censura e da Perseguição
E é justamente aqui que mora o maior problema. Quando questionamos ou discordamos, seja de uma ideologia ou de uma imposição, acabamos sendo rotulados como intolerantes ou preconceituosos. Não podemos mais expressar nossas opiniões sem o medo de sermos censurados ou até mesmo perseguidos. A liberdade de expressão, que deveria ser um direito fundamental, passa a ser um campo minado, onde qualquer palavra fora do contexto “politicamente correto” pode resultar em retaliações, acusações e até consequências legais.
Estamos vivendo um tempo onde, ao dizer o óbvio, você pode acabar sendo mal interpretado, processado ou até cancelado. Isso é verdadeiramente um risco para a democracia e para o direito de cada um de expressar suas convicções.
Conclusão: O Respeito à Liberdade de Fé e Expressão
No fim das contas, o que defendemos é o respeito pela liberdade de cada um. A sociedade precisa aprender a conviver com a diferença sem tentar impor um pensamento único. O cristão, assim como qualquer outro cidadão, tem o direito de viver de acordo com suas crenças, sem ser pressionado a aceitar ou endossar ideologias que contrariam a sua fé.
O cristianismo nunca foi sobre impor verdades aos outros, mas sobre viver a verdade que acreditamos ser a de Deus. E, como cristãos, temos o direito de fazer isso sem medo de retaliações ou imposições. A liberdade de expressão deve ser para todos, sem exceção.
A questão é: vamos continuar aceitando essa censura silenciosa, ou vamos nos levantar para defender nossos direitos e a liberdade de todos?
pastor Luciano Gomes
Teólogo
