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Política Nacional

Hugo Motta abre mão da força da Câmara e entrega tudo ao STF

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A condução das decisões relacionadas à revisão de penas dos manifestantes presos em decorrência dos atos de 8 de janeiro tem ficado cada vez mais concentrada no Supremo Tribunal Federal (STF). Embora o debate sobre a anistia tenha ganhado força após manifestações recentes, principalmente na Avenida Paulista, a liderança da Câmara dos Deputados, representada por Hugo Motta, dá sinais claros de recuo.

Ao minimizar a importância da anistia como prioridade nacional, Motta sinaliza que o Legislativo está se afastando do protagonismo nessa pauta sensível. Ao afirmar que “a anistia não é a única pauta do país”, ele deixa transparecer uma mudança de foco e, consequentemente, transfere para o Judiciário a liderança no debate.

Michel Temer e os bastidores da flexibilização das penas

Nos bastidores, articulações políticas também têm influenciado diretamente as decisões do STF. Michel Temer, ex-presidente da República, teria desempenhado um papel discreto, mas estratégico, ao se movimentar junto aos ministros do Supremo com o objetivo de suavizar as punições impostas aos envolvidos nos protestos.

As mudanças já são visíveis: condenações de baixa gravidade, como as de vendedores ambulantes citados em discursos políticos — o pipoqueiro e o sorveteiro — têm sido convertidas em penas mais brandas, com indícios claros de uma reavaliação por parte do Judiciário. Ainda que essas pessoas não devessem sequer ter sido condenadas, o novo padrão de julgamento aponta para um recuo institucional, em linha com as articulações de Temer.

Direita sem estratégia fortalece narrativa do STF

Enquanto isso, a direita enfrenta um cenário de dificuldades por falta de uma estratégia jurídica coesa. Desde o início, setores conservadores apostaram na defesa da anistia como saída para os processos, o que, segundo analistas críticos, foi um erro tático. Ao solicitar perdão, acabaram reforçando a narrativa de culpa — mesmo onde esta não existia juridicamente.

Essa postura abriu espaço para que o STF, agora com controle simbólico e prático da situação, utilizasse a confissão implícita da direita como justificativa para a redução das penas. O Judiciário, portanto, estaria moldando a narrativa a partir de um erro estratégico cometido pelos próprios defensores dos manifestantes.

Reflexão final: uma lição política em curso

A dinâmica atual mostra que, ao abrir mão do protagonismo político, a direita permitiu ao STF não apenas julgar, mas também ditar os rumos da narrativa histórica sobre o 8 de janeiro. Aqueles que criticaram esse alerta no passado agora veem os desdobramentos de uma estratégia mal construída e as consequências de não enxergar o cenário com clareza.

Jornalista (CRP/BA 0006663/BA), radialista (DRT 5072/BA) e youtuber. Como jornalista já atua há 10 anos e atualmente é diretor de jornalismo do Portal Veja Aqui Agora . Desde 1984, atua no rádio, começando sua trajetória na Rádio Fundação Ide e Ensinai, em São Gonçalo dos Campos, na Bahia. Também trabalhou na Radio Cultura AM, Carioca AM, Betel FM, Cidade FM. Foi diretor da Comunidade FM, todas em Feira de Santana e atualmente trabalha na Rádio Elos, onde apresenta o Programa Bom Dia Felicidade, de segunda a sexta-feira, das 10h ao meio dia, também na mesma cidade. Também dirigiu a Rádio Shekiná FM em Vinhedo São Paulo e trabalhou como apresentador na Jerusalém FM na capital paulista. Como youtuber, administra os canais “Veja Aqui Agora News”, com mais de 160 mil assinantes e “Edivaldo Santos News” com mais de 15 mil assinantes. Para contato: vejaaqui.agora@hotmail.com

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