A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, revelou que Francisco Wanderley Luiz, responsável pelas explosões na Praça dos Três Poderes, mencionava em mensagens a intenção de atentar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita em entrevista ao Correio Braziliense, onde Celina abordou questões de pacificação e equilíbrio democrático.
Detalhes da Declaração
Ao ser indagada sobre o impacto do caso no cenário político e social, Celina destacou que, além de citar nomes de ministros, Francisco mencionou em um grupo de WhatsApp que planejava assassinar Bolsonaro.
“Ele foi filiado ao PL em 2020, antes mesmo de Bolsonaro se juntar ao partido. Em mensagens de WhatsApp, ele mostrava um desequilíbrio emocional, falando que queria matar o Bolsonaro e também citando os ministros”, disse a governadora.
Ela reforçou que não é correto selecionar partes isoladas de uma investigação, ignorando o contexto completo.
“Não podemos pegar só o que convém e descartar o restante. Há um claro desequilíbrio psicológico que leva a atitudes extremas. E o extremo nunca será uma base para o diálogo ou para decisões republicanas”, ponderou.
Reflexões Sobre Democracia e Redes Sociais
A governadora também aproveitou a ocasião para discutir os desafios de se equilibrar liberdade de expressão e respeito às instituições no ambiente democrático.
“Vivemos em uma democracia, e é fundamental que as pessoas entendam a diferença entre criticar e ameaçar. Precisamos criar um ambiente onde seja possível se expressar sem restringir a liberdade, mas com respeito às instituições”, afirmou.
Celina mencionou que as redes sociais muitas vezes permitem discursos inconsequentes, reforçando a necessidade de estruturação e limites para garantir um convívio democrático saudável.
O Caso Francisco Wanderley Luiz
Francisco Wanderley Luiz, também conhecido como Tiü França, era serralheiro, tinha 59 anos e era natural de Santa Catarina. Ele havia se candidatado ao cargo de vereador em eleições passadas e possuía histórico de militância.
Na noite de quarta-feira (13), ele tentou acessar o Supremo Tribunal Federal (STF) e, ao não conseguir, detonou explosivos em frente ao prédio. Após os atos, Francisco tirou a própria vida, encerrando o episódio de forma trágica.
O caso trouxe à tona discussões sobre equilíbrio emocional, radicalismos e a responsabilidade das redes sociais no atual contexto político brasileiro. Para Celina Leão, é essencial reforçar os pilares democráticos, garantindo liberdade com respeito e afastando extremismos que comprometem o diálogo e a convivência social.