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Escândalo no INSS: Deputado expõe ligações de entidades suspeitas com aliados do governo Lula

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O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) trouxe à tona um novo capítulo da crise que envolve desvios milionários no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em suas redes sociais, ele apresentou provas que sugerem uma ligação direta entre entidades sindicais investigadas por fraudes e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A denúncia, embasada em documentos públicos, postagens e registros oficiais, aponta que associações de aposentados e pensionistas ligadas ao atual governo estão no centro de um esquema que pode ter causado um rombo superior a R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos.

Entidades com atuação política pró-Lula sob suspeita

Entre as instituições envolvidas estão sindicatos que, nos últimos anos, manifestaram publicamente apoio a Lula e fizeram oposição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Um dos exemplos é o SINDNAPI (Sindicato Nacional dos Aposentados), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, irmão do presidente da República. A entidade teria realizado descontos indevidos em aposentadorias e ampliado seu faturamento em cerca de R$ 100 milhões em apenas três anos.

Pouco antes das investigações ganharem força, o sindicato atacava Bolsonaro em redes sociais, acusando-o de “conspirar contra a estabilidade do país”.

Escritórios ligados a autoridades também são mencionados

Outro ponto levantado na denúncia é a contratação, pelo CEBAP (Centro Brasileiro de Apoio aos Aposentados e Pensionistas), do escritório de advocacia do filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, apenas quatro meses antes da deflagração da operação da Polícia Federal. A relação chama atenção em meio ao contexto investigativo.

Já entidades como SINTAPI e FITF/CNTT, conhecidas por seus laços com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), aparecem com histórico de atuação política a favor do atual governo e estão incluídas nas apurações.

A CONTAG, CONAFER, COBAP e SINAB também são citadas por terem feito campanhas críticas ao governo anterior e manifestado apoio às propostas do presidente Lula.

64% dos desvios ocorreram já sob o atual governo

De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), a maior parte dos desvios — cerca de 64% — ocorreu entre 2023 e 2024, já sob a atual gestão federal. Nesse período, Alessandro Stefanutto, indicado por Lula, passou a presidir o INSS, enquanto o ministro Carlos Lupi, responsável pela pasta da Previdência, foi formalmente alertado sobre as fraudes, mas teria adotado poucas medidas efetivas.

MP antifraude de Bolsonaro foi revogada sob pressão

Um elemento frequentemente omitido no debate, principalmente por parte da extrema esquerda e imprensa, é a Medida Provisória 871/2019, criada durante o governo Bolsonaro com o objetivo de barrar fraudes no sistema previdenciário. A norma exigia autorização expressa e eletrônica do aposentado para descontos em folha por parte de entidades sindicais.

No entanto, em 2022, após pressões de partidos de esquerda e das próprias entidades hoje investigadas, a medida foi revogada, reabrindo espaço para descontos automáticos — mesmo sem o consentimento formal dos beneficiários.

Governo tenta minimizar crise, mas conexões preocupam

Diante da repercussão, o Palácio do Planalto reagiu por meio da Secretaria de Comunicação Social, buscando minimizar os impactos da denúncia. Uma das justificativas foi afirmar que algumas das entidades suspeitas foram fundadas ainda durante o governo Bolsonaro. No entanto, especialistas apontam que o cerne da questão não está na data de criação, mas sim no alinhamento político e nas ações recentes dessas instituições.

A situação coloca o governo Lula sob pressão e levanta dúvidas sobre a atuação de entidades que deveriam zelar pelos direitos dos aposentados, mas que agora estão sendo investigadas por prática de descontos irregulares e uso político de recursos públicos.

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