A Venezuela realizou eleições presidenciais em julho de 2024, em meio a um cenário político conturbado e cercado de dúvidas sobre a transparência do processo. Nicolás Maduro, atual chefe de estado, foi anunciado como vencedor, mas sem que dados detalhados das urnas fossem disponibilizados ao público. O principal opositor, Edmundo González, rejeitou os resultados e afirmou que foi o real vencedor.
Nesta sexta-feira, 10 de janeiro, Maduro assumiu oficialmente seu terceiro mandato presidencial. O Tribunal Supremo de Justiça venezuelano, cuja imparcialidade é questionada devido à forte influência de Maduro, manteve os documentos eleitorais sob sigilo. Em resposta, a oposição apresentou atas eleitorais que, segundo eles, provam a vitória de González, com 67% dos votos contabilizados.
Apoio Internacional a González e Pedidos de Transparência
A reeleição de Maduro foi amplamente contestada no cenário internacional. Dez países declararam apoio ao opositor Edmundo González, reconhecendo-o como o presidente eleito da Venezuela. Os países que se posicionaram a favor de González foram:
- Argentina
- Canadá
- Costa Rica
- Equador
- Estados Unidos
- Itália
- Panamá
- Paraguai
- Peru
- Uruguai
Além disso, outras 19 nações pediram maior transparência no processo eleitoral, mas evitaram reconhecer formalmente qualquer candidato como vencedor. Entre os países que solicitaram mais clareza estão:
- Alemanha
- Austrália
- Brasil
- Chile
- Colômbia
- El Salvador
- Espanha
- França
- Guatemala
- Haiti
- Jamaica
- México
- Noruega
- Portugal
- Reino Unido
- República Dominicana
- Suriname
- Ucrânia
- Vaticano
Reconhecimento de Maduro por Países Aliados
Em contrapartida, pelo menos 20 países, muitos deles governados por regimes autoritários, reconheceram a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro. Entre esses aliados estão:
- Antígua e Barbuda
- Azerbaijão
- Belarus
- Bolívia
- China
- Cuba
- Dominica
- Guiné-Bissau
- Honduras
- Irã
- Madagascar
- Nicarágua
- Paquistão
- Qatar
- Rússia
- São Vicente e Granadinas
- Sérvia
- Síria
- Turquia
Declarações do Presidente do Brasil
Durante uma entrevista concedida em novembro de 2024, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, abordou a crise política na Venezuela. Lula enfatizou que considera o governo de Maduro um assunto interno do país vizinho, evitando qualquer posicionamento mais incisivo por parte do Brasil.
“Aprendi que a gente tem que ter muito cuidado quando a gente vai tratar de outros países e de outros presidentes”, afirmou o presidente brasileiro. Ele destacou que a gestão venezuelana é responsabilidade de sua própria população, reforçando que o Brasil deve manter-se distante de interferências externas.
Conclusão
A disputa pelo comando da Venezuela segue gerando divisões internas e debates no cenário global. Com grande parte da comunidade internacional cobrando transparência e justiça, o futuro político do país permanece incerto.