O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, tem sido alvo de críticas após a decisão de excluir a Polícia Rodoviária Federal (PRF) do apoio aos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos). Para o procurador da República Hélio Telho, essa medida representa um grave retrocesso na luta contra o crime organizado no Brasil.
Segundo Telho, ao desmobilizar a PRF das operações conjuntas com os Gaecos, o governo estaria, na prática, facilitando a atuação de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), que dependem do transporte rodoviário para abastecimento de armas e drogas. “As rodovias são o ponto de partida do tráfico e do armamento ilegal. A PRF atua na linha de frente para conter esse fluxo. Afastá-la é abrir caminho para os criminosos”, afirmou o procurador.
O jurista ainda criticou o que considera ser um desconhecimento técnico por parte do ministro Lewandowski em relação ao funcionamento do combate ao crime organizado. “É lamentável ver uma autoridade dessa importância tomar uma decisão que favorece diretamente os interesses das facções. O suporte da PRF aos Gaecos é respaldado pela legislação, inclusive pelas leis orgânicas do Ministério Público e pela Lei das Organizações Criminosas. Ignorar isso é alarmante”, publicou em sua conta na rede social X (antigo Twitter).
A decisão de Lewandowski levanta debates entre especialistas em segurança pública, que veem com preocupação a retirada de um dos principais órgãos de fiscalização rodoviária do apoio a operações estratégicas contra o narcotráfico e o crime organizado no Brasil.