O jornal O Globo publicou, nesta segunda-feira (30), uma análise em que classifica como um “desmonte” a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todas as ações relacionadas à Operação Lava Jato contra o ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, mais conhecido como Léo Pinheiro.
De acordo com o texto, o ato de Toffoli foi unilateral, removendo todas as acusações contra o empreiteiro. O jornal critica o movimento, argumentando que faz parte de um padrão que estaria enfraquecendo a maior operação anticorrupção já realizada no Brasil. A publicação também aponta que a decisão do ministro reforça uma postura de “tolerância com a corrupção”, sem permitir debates no plenário ou a possibilidade de exposição de visões opostas ao público.
Léo Pinheiro é um dos principais delatores da Lava Jato, condenado a mais de 30 anos de prisão por envolvimento em esquemas de corrupção. A defesa do empreiteiro, no entanto, alegou que ele foi alvo de uma conspiração entre a força-tarefa da operação e o então juiz Sergio Moro, atualmente senador pelo Paraná, filiado ao União Brasil. Os advogados afirmaram que Pinheiro foi pressionado a fazer delação premiada para obter sua liberdade, tese que recebeu o respaldo de Toffoli.
Nos autos do processo, o ministro destacou que havia evidências suficientes, coletadas na Operação Spoofing, para demonstrar que a prisão de Pinheiro estava condicionada à desistência de sua defesa, visando forçá-lo a colaborar.
Reações à decisão de Toffoli
Na opinião de O Globo, as ações de Toffoli, ao liberar réus confessos, enviam uma mensagem negativa em um país que já enfrenta desafios históricos no combate à impunidade. O jornal também criticou a ausência de uma análise mais ampla sobre o tema dentro do STF, sugerindo que um debate em plenário seria essencial, especialmente considerando a gravidade das anulações.
O veículo ainda questiona se, apesar dos fundamentos processuais apresentados, a invalidação completa dos processos e provas da Lava Jato seria realmente a melhor maneira de combater a corrupção no Brasil.
Confissão de Léo Pinheiro e o envolvimento com políticos
Em 2021, Léo Pinheiro admitiu ter conhecimento de repasses ilegais que somavam cerca de R$ 20 milhões destinados a Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP) pelo PT e atual ministro do Trabalho no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo com essas confissões, as decisões recentes colocam em xeque a efetividade das punições relacionadas à Lava Jato.
VÍDEO RECOMENDADO PARA VOCÊ:
VAZA VÍDEO DE MALAFAIA E CLIMA FICA TENSO ENTRE O PASTOR E PABLO MARÇAL