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Carta de Donald Trump a Alexandre de Moraes vira “aula de direito internacional” e expõe limites do STF fora do Brasil

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Uma carta enviada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, está repercutindo internacionalmente após vir a público. O documento, elaborado em resposta a ordens judiciais brasileiras contra a plataforma Rumble, deixa claro: ordens expedidas por tribunais brasileiros não têm validade nos Estados Unidos sem o devido processo legal dentro da jurisdição americana.

O documento, assinado por autoridades norte-americanas com base em pareceres do escritório jurídico da Rumble nos EUA, apresenta um posicionamento firme sobre os limites da atuação de autoridades judiciais brasileiras fora do território nacional. O tom é respeitoso, mas incisivo – e, segundo especialistas, funciona como uma verdadeira aula de direito internacional ao ministro Alexandre de Moraes.

Resumo da carta: o que os EUA disseram a Moraes

A carta começa reconhecendo a existência de quatro documentos judiciais brasileiros que exigem que o Rumble:

  • Bloqueie contas de um usuário específico;

  • Interrompa transferências financeiras para esse indivíduo;

  • Forneça dados sobre pagamentos anteriores;

  • E cumpra essas ordens sob pena de sanções.

Em seguida, o governo dos EUA informa que não se pronuncia sobre a legalidade das ordens no Brasil, mas faz um alerta claro: qualquer tentativa de obrigar empresas sediadas nos EUA a cumprir decisões estrangeiras diretamente, sem processo judicial local, fere a soberania americana e o direito internacional consuetudinário.

A parte mais contundente: os EUA dando uma “aula de soberania” ao STF

“De acordo com o direito internacional consuetudinário, um Estado não pode exercer jurisdição para executar ordens no território de outro Estado sem o consentimento deste.”

A carta então cita a Lei de Relações Exteriores dos Estados Unidos (Reformulação nº 4) e jurisprudências norte-americanas para explicar que intimações, bloqueios ou ordens judiciais estrangeiras não têm efeito legal nos EUA sem o devido processo judicial local. Isso inclui:

  • Abertura de processo em tribunal norte-americano;

  • Reconhecimento da ordem por juízes dos EUA;

  • Garantia de que o conteúdo da ordem não fira princípios constitucionais como a liberdade de expressão.

A carta ressalta ainda que o simples envio de uma ordem judicial estrangeira não obriga automaticamente sua execução nos Estados Unidos, e que a forma de entrega dos documentos também deve seguir tratados internacionais específicos, como a Convenção da Haia ou o Tratado de Assistência Judiciária Mútua Brasil-EUA (MLAT).

Liberdade de expressão em foco

Outro ponto central da resposta é a preocupação com a liberdade de expressão, protegida pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA. O documento diz que mesmo que uma ordem estrangeira seja reconhecida por um tribunal americano, ela pode ser recusada caso conflite com princípios constitucionais norte-americanos, como o direito à livre manifestação.

Por que isso importa

A resposta americana reforça um limite claro às ações do STF fora do Brasil, especialmente em casos envolvendo redes sociais, censura e plataformas estrangeiras. O episódio reacende o debate sobre o alcance internacional das decisões do Supremo brasileiro e o impacto disso na imagem internacional do Brasil no campo da democracia e da liberdade de expressão.

Além disso, a carta revela os bastidores da disputa entre governos e plataformas digitais no mundo todo — e como decisões judiciais nacionais esbarram em regras e tratados internacionais quando extrapolam fronteiras.

📄 Leia a íntegra da carta traduzida em português no link abaixo:

👉 [Clique aqui para acessar o conteúdo completo da carta]

Jornalista (CRP/BA 0006663/BA), radialista (DRT 5072/BA) e youtuber. Como jornalista já atua há 10 anos e atualmente é diretor de jornalismo do Portal Veja Aqui Agora . Desde 1984, atua no rádio, começando sua trajetória na Rádio Fundação Ide e Ensinai, em São Gonçalo dos Campos, na Bahia. Também trabalhou na Radio Cultura AM, Carioca AM, Betel FM, Cidade FM. Foi diretor da Comunidade FM, todas em Feira de Santana e atualmente trabalha na Rádio Elos, onde apresenta o Programa Bom Dia Felicidade, de segunda a sexta-feira, das 10h ao meio dia, também na mesma cidade. Também dirigiu a Rádio Shekiná FM em Vinhedo São Paulo e trabalhou como apresentador na Jerusalém FM na capital paulista. Como youtuber, administra os canais “Veja Aqui Agora News”, com mais de 160 mil assinantes e “Edivaldo Santos News” com mais de 15 mil assinantes. Para contato: vejaaqui.agora@hotmail.com

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