O ex-presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas à deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, referindo-se a ela como uma “amante de mensagens envelhecidas”. A declaração foi publicada na rede social X (antigo Twitter) na última sexta-feira, 8, e veio acompanhada de uma lembrança de um comentário antigo de Gleisi sobre a política econômica de seu governo.
Em sua postagem, Bolsonaro compartilhou uma publicação feita por Gleisi em fevereiro de 2022, na qual ela criticava a política econômica conduzida por ele e o então ministro da Economia, Paulo Guedes. No texto, a deputada havia destacado o aumento no preço da cesta básica em 2021, afirmando que “nem o Auxílio Brasil cobre o valor da cesta mais barata, que custava R$ 478”, e que a vida da população estava “muito difícil”.
Bolsonaro, ao trazer essa publicação de volta, insinuou que a situação econômica estaria ainda mais crítica no atual governo, liderado pelo presidente Lula. O ex-presidente ressaltou que os fatores que afetaram a economia global durante sua gestão, como a pandemia e a guerra na Ucrânia, não são mais predominantes, sugerindo que as dificuldades econômicas do momento são de outra natureza.
Além da crítica econômica, Bolsonaro também fez referência a uma antiga controvérsia envolvendo Gleisi Hoffmann e a construtora Odebrecht. A parlamentar teria sido mencionada nas listas da empresa, recebendo os codinomes “amante” e “coxa” em documentos entregues ao Ministério Público Federal em 2017, conforme o relato de Luiz Eduardo Soares, ex-funcionário da Odebrecht que atuava no setor de propinas.
As tensões entre os dois continuaram após novas críticas feitas por Gleisi Hoffmann ao Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro. Na quarta-feira, 6, a deputada acusou o Comitê de Política Monetária (Copom) de “sabotagem” pela decisão de elevar a taxa Selic para 11,25%, chamando a medida de “irresponsável”. Para contextualizar, a plataforma X inseriu uma nota explicativa lembrando que a decisão foi unânime e contou com o apoio de Gabriel Muricca Galipolo, indicado pelo atual governo para assumir a presidência do Banco Central.
Na sequência da crítica de Bolsonaro, Gleisi voltou ao X para responder, associando o ex-presidente a investigações em andamento relacionadas às manifestações de 8 de janeiro de 2023. No post deste sábado, 9, a presidente do PT mencionou o envolvimento de Bolsonaro e criticou suas tentativas de buscar anistia, afirmando: “O Brasil e a democracia não podem relaxar a vigilância. Muito menos deixá-los impunes. Sem anistia”.
A troca de acusações entre Bolsonaro e Gleisi Hoffmann reflete o clima acirrado entre os dois lados da política brasileira, que continuam a se enfrentar publicamente, reacendendo antigas polêmicas enquanto debatem questões econômicas e institucionais do país.