Alexandre de Moraes: Justiça ou impunidade?

A recente repercussão internacional envolvendo o ministro Alexandre de Moraes escancara uma realidade incômoda para o Brasil: a seleção arbitrária da lei e a distorção do conceito de soberania. No Brasil, Moraes tem sido protagonista de ações que atropelam o devido processo legal e os direitos individuais. Nos Estados Unidos, no entanto, a história pode ser diferente.

O discurso oficial, promovido pelo governo e setores da imprensa, tenta vender a narrativa de que Moraes é uma vítima de uma ofensiva contra a soberania nacional. No entanto, a verdade é que não há ataque algum ao Brasil. A acusação recai sobre um indivíduo que, em sua gestão como magistrado, tem acumulado polêmicas e atitudes questionáveis no que diz respeito ao respeito às leis e à Constituição.

Desde que assumiu o protagonismo de inquéritos controversos, Moraes acumulou poder de maneira preocupante, tomando decisões que interferem diretamente no processo político e no debate público, muitas vezes sem seguir os ritos jurídicos adequados. Ele encarna, na prática, uma figura que age acima da própria lei que deveria defender. Enquanto brasileiros têm sido alvos de sua interpretação subjetiva da justiça, ele próprio parece almejar imunidade ilimitada.

Nos Estados Unidos, por outro lado, o cenário é outro. A possível investigação contra Moraes ocorre dentro de um sistema jurídico onde o direito de defesa é respeitado, as regras são claras e não há espaço para arbitrariedades. Se ele for inocente, será absolvido; se for culpado, será punido. Simples assim.

O que o caso expõe, de forma gritante, é a incoerência daqueles que, dentro do Brasil, defendem um modelo de justiça seletivo e autoritário, mas se revoltam quando um de seus próprios ícones pode ser submetido às mesmas regras em outra jurisdição. A soberania de um país não deve servir de escudo para que indivíduos poderosos escapem das consequências de seus atos.

A verdade é que Moraes não está sendo perseguido. Pelo contrário, ele tem sido o agente ativo da perseguição. O que está em jogo agora é algo que, ironicamente, ele negou a muitos brasileiros: o direito a um julgamento justo.