Na tarde deste domingo (6), a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi palco de um grande ato político e religioso liderado pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC). O evento teve como principal bandeira a defesa da anistia para os presos do dia 8 de janeiro, além de fortes críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O encontro reuniu milhares de apoiadores e contou com a presença de diversas lideranças políticas, como o deputado federal Nikolas Ferreira e o senador Magno Malta, além de prefeitos e governadores de várias regiões do país.
Críticas a Alexandre de Moraes
Em seu discurso, Malafaia classificou Moraes como “criminoso” e afirmou que o ministro tem conduzido processos de forma inconstitucional. “Esse inquérito das fake news é imoral e ilegal porque não tem a participação do Ministério Público”, declarou o pastor, citando o artigo 129 da Constituição.
O líder religioso também acusou Moraes de cercear a liberdade de expressão ao estabelecer censura nas redes sociais e de prender pessoas por opinião política. Ele mencionou o caso do jornalista Oswaldo Eustáquio, cuja extradição foi negada pelo Ministério Público da Espanha, que classificou as acusações contra ele como incompatíveis com as leis europeias de liberdade de expressão.
Defesa de Jair Bolsonaro e dos presos de 8 de janeiro
Malafaia também centrou sua fala na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos manifestantes presos por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. Segundo ele, “não houve tentativa de golpe”, pois a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviou mais de 30 alertas ao governo Lula sobre possíveis manifestações violentas, sem que houvesse qualquer menção a uma tentativa de tomada do poder.
“Se fosse golpe, por que a Polícia Militar estava lá acompanhando as manifestações?”, questionou Malafaia. Ele argumentou ainda que o ex-presidente Bolsonaro estava nos Estados Unidos no dia dos atos, e desafiou as autoridades a apresentarem provas concretas de seu envolvimento.
Apelo por paz e conciliação
Apesar do tom inflamado, o pastor finalizou seu discurso fazendo um apelo por conciliação. “O Brasil é uma nação pacífica. Precisamos encontrar um caminho de paz, porque isso não será bom para nenhum dos lados”, afirmou.
Ao encerrar, Malafaia pediu que os parlamentares aprovassem a anistia aos presos do 8 de janeiro e concluiu sua fala com o hino “Brava Gente Brasileira”, enquanto o público repetia os versos em coro.
O evento reforçou a mobilização da direita no Brasil e mostrou que a pauta da anistia deve continuar sendo debatida nos próximos meses no Congresso Nacional.