Abraão era casado com Sara, que era estéril e não podia gerar filhos. Além disso, ambos já eram de idade avançada. Aos olhos humanos, parecia impossível que Abraão e Sara tivessem filhos, mas para Deus nada é impossível (Lucas 1.37). Diante dessa realidade, Sara tomou a iniciativa de sugerir a Abraão que tivesse um filho com sua serva Agar, seguindo um costume comum na Mesopotâmia, onde a serva poderia gerar um herdeiro para sua senhora.
Abraão aceitou a sugestão e teve relações com Agar, que engravidou. A partir do momento em que percebeu sua gravidez, Agar se encheu de orgulho e passou a desprezar Sara (Gênesis 16.4). Sentindo-se humilhada, Sara queixou-se a Abraão: “Minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos. O Senhor julgue entre mim e ti” (Gênesis 16.5). Em resposta, Abraão declarou: “Eis que tua serva está nas tuas mãos; faze-lhe o que for bom aos teus olhos” (Gênesis 16.6). Com isso, Sara passou a maltratar Agar, que fugiu para o deserto.
No deserto, Agar encontrou-se junto a uma fonte de água, onde foi visitada pelo anjo do Senhor. O anjo lhe perguntou: “Agar, serva de Sara, de onde vens e para onde vais?” Ela respondeu: “Venho fugida da face de Sara, minha senhora” (Gênesis 16.8). O anjo a orientou a voltar e se submeter a Sara, mas também lhe fez uma grande promessa: “Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, que não será contada, por numerosa que será” (Gênesis 16.10). Além disso, o anjo anunciou: “Eis que concebeste e darás à luz um filho, e chamarás o seu nome Ismael, porque o Senhor ouviu a tua aflição” (Gênesis 16.11).
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Agar obedeceu e retornou. Ismael nasceu quando Abraão tinha 86 anos (Gênesis 16.16). Anos depois, Deus cumpriu sua promessa a Sara, e ela concebeu Isaque quando Abraão tinha 100 anos (Gênesis 21.1,5). Entretanto, quando Isaque foi desmamado e Abraão promoveu uma grande festa, Sara percebeu Ismael zombando de seu irmão e exigiu que Agar e seu filho fossem expulsos de casa. Abraão ficou angustiado, pois Ismael era seu filho, mas Deus lhe garantiu que também faria de Ismael uma grande nação (Gênesis 21.12-13).
Na manhã seguinte, Abraão deu pão e água a Agar e enviou-a com Ismael ao deserto de Berseba. Quando a água acabou, Agar colocou o menino debaixo de uma moita e se afastou, para não testemunhar sua morte. Em sua aflição, chorou amargamente. Deus ouviu a voz do menino e enviou um anjo que a confortou: “Agar, não temas, porque Deus ouviu a voz do rapaz. Levanta-te, toma o menino pela mão, porque dele farei uma grande nação” (Gênesis 21.17-18). Em seguida, Deus abriu os olhos de Agar, que viu um poço, matou sua sede e de seu filho. Ismael cresceu no deserto de Parã, tornou-se flecheiro e casou-se com uma egípcia.
Aplicação
A história de Agar nos ensina que, mesmo quando somos desprezados e rejeitados, Deus nos vê e nos socorre. Em nossos momentos de maior solidão e desespero, Ele se manifesta, nos conforta e nos dá uma nova direção. Assim como Deus ouviu Agar no deserto, Ele ouve nosso clamor e supre nossas necessidades. Que possamos confiar em Sua providência e promessas, sabendo que Ele jamais nos abandona.
Por Pr. Edivaldo Santos