A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que concedeu prisão domiciliar ao deputado Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, gerou forte repercussão e críticas contundentes de políticos da direita, influenciadores e internautas.
Entre os nomes mais ativos nas redes sociais estão os deputados federais Nicolas Ferreira e Lucas Pavanato, que demonstraram perplexidade com a liberação do parlamentar no último domingo (14).
Cobrança de posicionamento de feministas e líderes da esquerda
Diversos internautas também cobraram uma postura das principais figuras feministas e de esquerda que, ao longo dos anos, se destacaram na luta por justiça no caso Marielle. O silêncio de:
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Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle;
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Érika Hilton, deputada federal;
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Sâmia Bomfim, também deputada e correligionária de Marielle;
tem gerado indignação e levantado questionamentos sobre a coerência dos discursos em defesa da justiça e dos direitos humanos.
Dois pesos e duas medidas? A crítica à seletividade judicial
O comentarista Silvio Navarro chamou atenção para o que chamou de “benevolência seletiva” por parte do STF. Segundo ele, a soltura de Brazão contrasta com o rigor aplicado a outros réus em situações diferentes, como o caso de Cleriston da Cunha — conhecido como Clezão — que morreu na prisão durante o banho de sol, mesmo sofrendo de uma doença grave.
“Clezão não teve a mesma sorte. Enquanto Brazão vai para casa, presos políticos do 8 de janeiro seguem encarcerados ou monitorados por tornozeleira, mesmo com laudos médicos comprovando doenças graves.”
A politização do caso Marielle Franco
Para os comentaristas Adalberto Piotto e Silvio Navarro, o caso Marielle se tornou, ao longo do tempo, um instrumento político da esquerda, utilizado estrategicamente em campanhas eleitorais e manifestações ideológicas.
Segundo eles, a indignação seletiva mostra que a bandeira da vereadora assassinada só é erguida quando convém ao discurso:
“A omissão agora diante da soltura de um dos acusados é prova da hipocrisia. O caso se transformou mais em um símbolo político do que numa busca legítima por justiça”, afirmou Piotto.
A gravidade da decisão e o silêncio estratégico
A decisão judicial em favor de Brazão reacende o debate sobre impunidade, seletividade judicial e coerência política. O silêncio de líderes que antes se destacaram por gritar “Quem mandou matar Marielle?” agora soa como um incômodo estrondoso.
A pergunta que agora ecoa nas redes é:
“Quem mandou soltar Chiquinho Brazão?”